DIAMANTES DA ARÁBIA
Vídeo: militar tenta recuperar joias que entraram no país ilegalmente
Imagens da Receita Federal mostra a ação que aconteceu no dia 28 de dezembro do último ano
O momento em que um enviado do então presidente, Jair Bolsonaro (PL), tenta retirar um conjunto de joias de diamantes, no valor de R$ 16,5 milhões, no dia 28 de dezembro do último ano, foi capturado por vídeo do posto da Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos.
As imagens, publicadas pelo “Blog da Andréia Sadi” do G1, mostram o sargento da Marinha Jairo Moreira da Silva tentando convencer o agente da alfândega a liberar o conjunto de joias que foi retido em outubro de 2021 por não ter sido declarado à Receita.
Segundo a legislação brasileira, qualquer bem com valor superior a US$ 1 mil deve ter sua entrada registrada.
"Isso aqui faz parte da passagem, não pode ter nada do [governo] antigo pro próximo. Tem que tirar tudo, tem que levar, não pode", argumenta o tenente, que chegou no Aeroporto de Guarulhos em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) para recuperar o presente dado ao Executivo brasileiro pelo governo da Arábia Saudita.
Confira o vídeo:
Para seguir com a tentativa de convencimento do agente da alfândega, o militar mostra ao auditor um ofício enviado pelo tenente-coronel Mauro Cid, braço-direito de Bolsonaro, ao chefe da Receita Federal, Julio Cesar Vieira Gomes.
O agente da Receita, contudo, explica para que a liberação de itens apreendidos pela Receita depende de um Ato de Destinação de Mercadoria (ADM).
Por mais uma vez o tenente fala ao telefone e diz que o ADM está sendo providenciado, ao passo que o auditor reitera que só pode liberar quando tiver o documento em mãos.
Entenda o caso
O ex-presidente Jair Bolsonaro e auxiliares se esforçaram para que entrassem ilegalmente no país colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes avaliados em 3 milhões de euros (cerca de R$ 16,5 milhões).
A destinatária das joias era a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro, que receberia os objetos como presente do governo da Arábia Saudita. O mimo, no entanto, ficou detido Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, segundo matéria publicada pelo jornal O Estado de São Paulo.
Quem tentou entrar no país com as joias foi um militar, assessor do ministro de Minas e Energia da época, Bento Albuquerque, que participou da comitiva da gestão Bolsonaro que foi ao Oriente Médio em outubro de 2021. O ministro, quando ficou sabendo da retenção das joias, tentou argumentar o agente da Receita Federal que os objetos eram um presente para a Michelle. O servidor público manteve o material apreendido, já que, de acordo com a legislação brasileira, qualquer bem que entre no país com valor superior a US$ 1 mil deve ser declaro a Receita.
Segundo o Estadão, após a tentativa do “jeitinho” que o ex-ministro tentou dar, houve mais três tentativas envolvendo quatro ministérios: Economia, Minas e Energia e Relações Exteriores, e militares. A publicação narra que a última tentativa de retirar as joias aconteceu três dias antes do fim do governo Bolsonaro, no dia 28 de dezembro.
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