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Câmara de Salvador mantém veto de Bruno Reis em PL dos servidores

Votação acalorada aconteceu na tarde desta quarta-feira, 15

Publicado quarta-feira, 15 de março de 2023 às 17:42 h | Atualizado em 15/03/2023, 19:02 | Autor: João Guerra
Câmara Municipal de Salvador manteve veto de Bruno Reis em PL dos servidores da Casa
Câmara Municipal de Salvador manteve veto de Bruno Reis em PL dos servidores da Casa -

Por 27 votos a 10, a Câmara Municipal de Salvador manteve nesta quarta-feira, 15, o veto do prefeito Bruno Reis (União Brasil) sobre o texto da regulamentação de Acréscimo Salarial (AS) ao salário-base dos servidores da Casa. Entre outros motivos, a oposição defendia a derrubada do veto por alegar a perda de valores de aposentadoria para as pessoas que trabalhavam no legislativo municipal. 

Em uma sessão acalorada, na qual as galerias do plenário foram ocupadas por trabalhadores que pediam a derrubada do veto. O bloco de oposição fechou questão em votar pela derrubada do veto do Executivo ao projeto.

Entre os vereadores da bancada independente, Edvaldo Brito (PSD) pediu a palavra solicitando que a votação sobre os vetos fosse feita de forma nominal. Ele se enfureceu quando edis da bancada do governo defenderam que os parlamentares não votassem abertamente. Edvaldo ameaçou deixar o plenário, alegando que para se respeitar a legislação, o voto teria que ser nominal. O líder do governo, Kiki Bispo (União Brasil) voltou atrás e acatou o desejo do decano do Legislativo soteropolitano.

O líder da base do governo, Kiki Bispo (União Brasil), logo após a sessão, destaca que, mesmo com a manutenção do veto do Executivo, a discussão sobre o tema não se esgotou, já que o tema é complexo. Ele fala ainda sobre a possibilidade de judicialização da questão como defendeu alguns servidores presentes no Plenário Cosme de Farias. 

“Já existe uma judicialização na questão, é uma questão complexa, é uma questão que fere preceitos constitucionais, preceitos legais. Eu analisei item por item e enxerguei inconstitucionalidades, isso não impede, portanto, que a gente busque uma nova saída, busque um novo entendimento. Eu acho que o que ficou latente na tarde de hoje junto aos servidores, é que a discussão, mesmo com o veto sendo mantida, a suspensão não vai terminar, nós vamos voltar à mesa de negociação com a Procuradoria Geral da Câmara, com os servidores, com o secretário de Governo, Cacá Leão (PP), para que possamos chegar em um denominador comum”.

A oposição, por sua vez, pede que o presidente do Fumpres seja convidado para, na Câmara, explicar o porquê de não manter o benefício, que é pago desde 2005 e sobre o qual recaiu tributação previdenciária.

A líder do bloco, co-vereadora Laina Crisóstomo (PSOL) lamentou o resultado da sessão ordinária desta tarde e criticou a interferência do Executivo na autonomia do Legislativo, já que o projeto vetado passou pelas Comissões de Constituição, Justiça e Redação Final (CCJ), de Finanças, Orçamento e Fiscalização (CFOF) e foi aprovado em plenário por unanimidade. 

“Todo mundo votou, todo mundo aprovou e, no plenário, foi votado por unanimidade, então todo mundo concordou com o projeto. Então, como é todo mundo concorda com o projeto e, de repente, o prefeito vem e diz assim: ‘Não! É inconstitucional’. Como assim é inconstitucional, se passou pela CCJ na Câmara e a tarefa de legislar sobre a matéria que é da Câmara?”, questiona a parlamentar.

O presidente da Associação de Servidores da Câmara Municipal de Salvador (Ascam), José Rodrigues, apontou que, já entendendo que o veto aconteceria, os servidores elaboram um termo de acordo, assinado pelos vereadores, dentre eles o presidente da casa, Carlos Muniz (PTB), Kiki Bispo e Laina Crisóstomo, além de outros nomes, para a formação de uma comissão para, que nos próximos 15 dias, chegar a uma saída que contemple as demandas dos trabalhadores do Legislativo soteropolitano.

“Nós que não somos operadores do direito e nem tão pouco operadores da política, o que nos causa é muita dor e estranheza. Trezentos aposentados, amigo, tendo seus recursos retirados da noite para o dia. Querem que nós procuremos a Justiça?”, indaga Rodrigues. 

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