POLÍTICA
China reage à ameaça tarifária de Trump contra países aliados ao Brics
Porta-voz chinesa rebate declaração de Trump e diz que o Brics defende cooperação, inclusão e comércio justo, sem hostilidade a outros países
Por Redação

Após ameaça do presidente norte-americano, Donald Trump, sobre tarifas adicionais, a China se manifestou e respondeu, nesta segunda-feira, 7, à declaração do republicano.
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“No que diz respeito à imposição de tarifas, a China declarou repetidamente sua posição de que não há vencedores em guerras comerciais e tarifárias e o protecionismo não leva a lugar nenhum", disse à porta-voz do Ministério do Exterior, Mao Ning, em entrevista coletiva nesta tarde em Pequim , madrugada no Brasil.
Mao Ning disse ainda que o grupo Brics se concentra na cooperação entre emergentes e não é contra outros países.
“O mecanismo Brics é uma plataforma importante para a cooperação entre mercados emergentes e países em desenvolvimento”, disse ela. “Defende abertura, inclusão e cooperação ganha-ganha e não tem nenhum país como alvo.”
A cúpula do Brics no Rio de Janeiro, que termina nesta segunda, 7, e tem o primeiro-ministro Li Qiang como representante chinês, divulgou na Declaração do Rio de Janeiro que se opõe "a medidas protecionistas unilaterais, que causam disrupções deliberadas nas cadeias globais de fornecimento e produção e distorcem a concorrência".
Cresceu ter "sérias preocupações com o aumento de medidas tarifárias e não tarifárias unilaterais que distorcem o comércio e são inconsistentes com as regras da OMC (Organização Mundial do Comércio)".
Ameaça de Trump
O presidente Donald Trump ameaçou aplicar uma tarifa adicional de 10% sobre os produtos de " qualquer país que se alinhe com as políticas antiamericanas dos Brics ", sem detalhar quais.
"Qualquer país que se alinhe às políticas antiamericanas do Brics será taxado com tarifa extra de 10%. Não haverá exceções a essa política. Obrigado pela atenção em relação a essa questão", escreveu Trump.
Em sua declaração de líderes, divulgada no domingo, 6, o Brics criticou medidas protecionistas adotadas no comércio global.
"Reiteramos nosso apoio a um sistema multilateral de comércio baseado em regras, aberto, transparente, justo, inclusivo, equitativo, não discriminatório e consensual, com a OMC em seu núcleo, com tratamento especial e diferenciado (TED) para seus membros em desenvolvimento", destaca a declaração do Brics.
Trump, que assumiu em janeiro deste ano, anunciou, logo no início de seu mandato, aumento de tarifas sobre produtos importados, o que gerou críticas e respostas de vários países.
Além de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, compõem o Brics a Arábia Saudita, o Irã, os Emirados Árabes, a Indonésia, o Egito e a Etiópia. Mais dez países são parceiros do grupo: Bielorrússia, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã.
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