Congresso vai na contramão das críticas de Lula sobre Banco Central

O Congresso Nacional tem mostrado resistência sobre a pressão do presidente Lula (PT) de debater a independência do Banco Central. O petista criticou a atuação da instituição financeira após o Comitê de Política Monetária da instituição ter mantido a taxa básica de juros em 13,75% ao ano, e sugeriu reconsiderar a autonomia do banco. A fala de Lula foi em coletiva de imprensa na noite do último dia 2.

O PT votou contra a autonomia do Banco Central, aprovada em 2021, no Congresso. Os representantes da sigla justificam que a política monetária "não é indiscutível". E ainda cobram que o presidente do banco, Roberto Campos Neto, dê explicações sobre as ações do Comitê de Política Monetária (Copom) da instituição.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), em declaração para a imprensa, descartou a possibilidade de quebra da independência do BC. Ele ainda rebateu os ataques feitos por Lula contra o banco. Para Pacheco, a autonomia é um "avanço", por afastar critérios políticas de um mecanismo que precisa ser “técnico”.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), também fez a defesa da autonomia do Banco Central. "O Banco Central é independente [tecnicamente]. Foi o modelo escolhido pelo Congresso Nacional, e isso não retroagirá", disse Lira.

O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, fez comunicado no qual afirma que não há discussão sobre mudanças na lei de autonomia do banco, mesmo com as críticas do presidente Lula.