CÂMARA MUNICIPAL DE SALVADOR
Policial punido pela PM tem candidatura a vereador confirmada pelo TSE
Servidor público chegou a ser preso por 15 dias por envolvimento político-partidário por determinação do tenente-coronel Paulo Coutinho
Por Gabriela Araújo
O policial militar e influenciador digital Lázaro Alexandre Pereira de Andrade, conhecido como Alexandre Tchaca, que foi punido pela Polícia Militar, teve a sua candidatura a vereador de Salvador homologada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Tchaca disputa uma vaga na Câmara Municipal de Salvador (CMS) pela federação PSDB/Cidadania.
A punição do militar foi aplicada pelo tenente-coronel Paulo Coutinho, após o soldado usar as suas redes sociais para divulgar propaganda político-partidária. Como adiantado pelo Portal A TARDE, teve o pedido de prisão militar deflagrado por Coutinho, em maio deste ano, através de um processo Administrativo Disciplinar.
A medida aplicada pela corporação leva em conta a proibição de um agente público ativo na política. O ato viola os “preceitos éticos e disciplinares da PM”.
Tchaca Tchaca, como é conhecido nas redes sociais, também é um dos militares citados no Caso Cabula. O militar é um dos noves militares réus pela morte de 12 joves na Vila Moisés, em fevereiro de 2015. Além disso, ele também é investigado por envolvimento em outros casos de mortes ourindos de intervenção policial. Apesar dos processos, a Justiça não embarga a candidatura de investigados ou réus a cargos políticos.
A associação de militares a política também foi vedada pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT). Em discurso, o chefe do Executivo estadual criticou os agentes de segurança pública que usam a corporação para fazerem política partidária.
“Não vou querer policial tendo torcida nas eleições. Faça o seu trabalho, para a gente não ver de volta o que vimos nas eleições presidenciais, de policiais federais travando quem era da oposição. Eu sofri com aquilo e não quero nem para mim nem para oposição. Quem for bom que dispute e ganhe na urna”, disse o petista, na segunda-feira passada.
O chefe do Palácio de Ondina ainda afirmou que usará a legislação contra os policiais que ultrapassarem os limites de sua atuação para favorecimento político. Segundo ele, quem desejar participar do processo eleitoral, precisará antes tirar a farda.
“O policial que eu perceber, que eu souber, que está se metendo de forma indevida, nós vamos tratar com a lei e com o regimento interno. Nós não permitiremos isso. Não estou pedindo para mim, não. Estou pedindo democracia. Quem for candidato a vereador, a prefeito, vá fazer sua busca de voto. Não abuse. Se for abuso, nós temos que operar”, pontou o governador.
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