RODOVIAS
PRF cortou um terço do efetivo entre 2º turno e início dos bloqueios
A Polícia Rodoviária Federal (PRF), cortou em mais de um terço o efetivo de agentes no domingo de eleição
Por Da Redação
De acordo com dados obtidos pelo UOL Notícias, o efetivo que fiscalizou as BRs no dia da votação foi de 3.664 agentes em todo o país. No dia seguinte, quando mais de 200 trechos de rodovias foram bloqueados em reação ao resultado das urnas, o número de policiais em serviço operacional teve uma queda de 36,95% num total de 2.310 policiais atuando em relação ao dia anterior.
No último balanço daquele dia, divulgado às 23h01 de 31 de outubro, a PRF afirmava que havia desfeito 84 manifestações, mas que ainda havia 328 interrupções nas vias, entre interdições (fechamentos parciais) e bloqueios.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), havia ordenado a liberação imediata das rodovias, sob pena de multa de R$ 100 mil por dia, afastamento e até prisão do diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques. Na decisão, Moraes viu "omissão e inércia" do órgão no combate aos bloqueios.
Naquela mesma noite, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, afirmou, em sua rede social, que havia acabado de "determinar um reforço de efetivo, e de meios de apoio, a todas as ações possíveis para normalização do fluxo nas rodovias".
Na terça-feira, 1º, após a medida, o efetivo subiu para 3.327 agentes em serviço nas estradas. Apesar do aumento, o número ainda foi 9,2% inferior ao que havia participado das operações no domingo.
Ainda no domingo, em reunião com Vasques para questionar o descumprimento da ordem, Moraes assegurou que as ações da PRF não impediram o voto dos passageiros, porque os ônibus abordados pela PRF seguiram com a viagem.
No dia das eleições, a PRF reforçou o efetivo convocando policiais que estariam de folga, mas foram chamados a trabalhar com remuneração adicional. Apenas uma delegacia da PRF, em Colombo (PR), convocou 18 policiais de folga para o dia das eleições, segundo um documento a que o UOL Notícias teve acesso.
"A PRF claramente priorizou alocar seu efetivo operacional apenas no dia da eleição. E deixou o efetivo do dia seguinte próximo ao patamar normal, apesar dos bloqueios", avalia um agente da corporação que preferiu não se identificar. "Ou seja, no primeiro dia da crise, o mais sensível, a PRF estava despreparada, sem reforço", completa o policial.
O UOL procurou a PRF para comentar mas não teve resposta.
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