EM SALVADOR
Ex-ministro da Segurança minimiza eficácia de megaoperação no Rio
Megaoperação das polícias Militar e Civil, no Rio de Janeiro, resultou em mais de 120 mortes

Por Flávia Requião e Yuri Abreu

O ex-ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, minimizou a eficácia da megaoperação das polícias Civil e Militar, no Rio de Janeiro, realizada na última terça-feira, 28, e que resultou em mais de 120 mortes, de acordo com o governo fluminense.
O pernambucano, que atualmente ocupa o cargo de diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), está em Salvador para receber o Título de Cidadão Baiano em cerimônia realizada no plenário da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), nesta quinta-feira, 30. A honraria teve com autor o deputado estadual Júnior Muniz (PT).
Jungmann foi ministro extraordinário da Segurança Pública em fevereiro de 2018, quando a pasta foi criada durante a gestão Michel Temer. Ele ficou no cargo até 1º de janeiro de 2019, quando o órgão foi incorporado ao Ministério da Justiça, já no governo Bolsonaro e teve como ocupante Sergio Moro.
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Sem politização
Em coletiva de imprensa, Raul Jungmann disse que a questão não deveria ser politizada, por justamente não contribuir com a resolução do problema. Ele questionou se a realização da megaoperação e o seus resultados contribuíram para que a vida dos cariocas se tornasse mais segura.
"No dia seguinte ao que aconteceu, a vida do Cariocas está mais segura? Ele está menos exposto a sequestro, a crime, a assassinato, a roubo, a tráfico de drogas? Eu acredito que não, ou muito pouco", afirmou o presidente do Ibram.
Falta de foco
Para ele, o episódio não vai no foco da questão, que são às fontes de financiamento do crime organizado, das armas e do recrutamento dentro das comunidades.
"Nada disso foi afetado. Aconteceu, evidentemente, morte, inclusive de policiais. Mas isso não representa, dentro da situação do Rio de Janeiro, que tenha modificado estruturalmente o quadro que os cariocas vivem", disse.
"Eu acho que isso é uma repetição daquilo que já houve no passado, mas sem que isso represente, de fato, uma política estadual de segurança pública e, sobretudo, a redução, a diminuição do crime organizado [...] Por isso mesmo, é que eu acho que uma operação como essa, independente de tudo que ela trouxe, o que aconteceu, ela não traz, de fato, maior segurança", completou Raul Jungmann.
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