TRASNPORTE
Ferrovia Salvador-Feira de Santana avança a passos largos; saiba detalhes
Ministério dos Transportes atualizou estágio do projeto
Por Anderson Ramos

O projeto para a construção da ferrovia que vai ligar Salvador a Feira de Santana está avançando a passos largos. Em nota enviada ao Portal A TARDE, nesta segunda-feira, 14, o Ministério dos Transportes informou que os estudos de viabilidade para implantação do novo modal estão em fase de ajustes finais e devem ser concluídos em breve.
No final de maio, a empresa TIC Bahia Ltda. fez um requerimento junto à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para obtenção de uma outorga de autorização ferroviária para viabilizar a obra.
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No dia 12 de junho, o deputado federal Zé Neto (PT-BA) e representantes da TIC Bahia, o empresário Osvaldo Ottan, o engenheiro Danilo Silva e o advogado Ronaldo Mendes, apresentaram o projeto elaborado pela empresa ao ministro Renan Filho.
No final do mês passado, a proposta foi apresentada por empresários a integrantes do governo da Bahia, durante a reunião do Grupo de Trabalho Intersetorial (GTI).
Próximos passos
No comunicado enviado ao portal, o MT detalhou as próximas etapas do projeto. A pasta informou que após a conclusão dos estudos, o material será encaminhado para análise técnica da ANTT.
Na sequência, seguirá para audiência pública, momento em que os resultados serão apresentados e poderão receber contribuições da sociedade.
Veja a cronologia:
- 29 de maio: publicação no Diário Oficial da União do pedido de outorga da TIC Bahia
- 12 de junho: apresentação do projeto ao munistro Renan Filho
- 27 de junho: empresários aprensentam a integrantes do governo da Bahia
Detalhes
Conforme antecipado pelo Portal A TARDE, o projeto prevê a redução do tempo de viagem entre Salvador e Feira de 1 hora e 11 minutos para apenas 35 minutos, atendendo a até 85 mil passageiros por dia. O investimento estimado seria de R$ 6,8 bilhões.
A linha teria 98 km a serem percorridos por trens de passageiros com velocidade de até 160 km/h, além de vagões de carga que poderiam circular em até 120 km/h, facilitando o escoamento de produtos nos portos da Baía de Todos-os-Santos.
A ferrovia seria implantada pensando em trens de bitola larga, de 1.600 mm, com eletrificação em 25kV e sistema de controle ETCS Nível 2, visando garantir a alta velocidade, em compatibilidade com os principais corredores ferroviários nacionais.
Estações
A ferrovia teria um total de 10 paradas, sendo oito estações de passageiros e outros dois pátios para carga.
A primeira estação seria no bairro de Águas Claras, na capital baiana, em integração com o Sistema Metroviário de Salvador e Lauro de Freitas (SMSL), com o VLT que está em construção na região e também com a nova rodoviária soteropolitana, prevista para ser inaugurada até outubro deste ano.

Os trens ainda passariam por estações de passageiros em Simões Filho, Candeias, São Sebastião do Passé, Santo Amaro e Conceição do Jacuípe, até chegar em Feira de Santana, na parada Noide Cerqueira, e finalizar com a Estação Rodoferroviária Contorno.
Com esse traçado, na avaliação da TIC Bahia, a nova ferrovia Salvador-Feira de Santana teria impacto direto sobre uma população de 6 milhões de habitantes.
Impacto econômico
Segundo os estudos feitos pela TIC Bahia, a ferrovia Salvador-Feira pode gerar um impacto econômico de R$ 73 bilhões na capital baiana e seu entorno, com foco no polo portuário e nos serviços; além de outros R$ 17,2 bilhões na região metropolitana feirense, com suas mais de 300 indústrias.
A empresa também estima um faturamento de R$ 1,115 bilhão por ano com o trem intercidades, sendo R$ 1,035 bilhão com os 23 milhões de embarques anuais, a um preço médio de R$ 45; e outros R$ 80 milhões com o transporte de cargas.
Planejamento ambicioso
A construção da ferrovia entre Salvador e Feira de Santana faz parte de um pacote de grande obras que estão sendo avaliadas pelo Ministério dos Transportes. A ideia é investir na locomoção de passageiros intercidades através de trens, dando à população uma opção diferente do transporte rodoviário.
Além da linha baiana, também estão em estudo a construção de ferrovias entre Brasília-DF e Luziânia-GO; entre Londrina-PR e Maringá-PR; entre Pelotas-RS e Rio Grande-RS; entre Fortaleza-CE e Sobral-CE; e entre São Luís-MA e Itapecuru Mirim-MA.
“Ainda não há definição exata sobre quais trechos dessas ferrovias serão utilizados, pois essa decisão dependerá da conclusão dos estudos de viabilidade", explicou Renan Filho.
A ideia é que as rodovias sejam construídas com recursos do novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que já destina verbas para outros empreendimentos de mobilidade na Bahia, como o VLT de Salvador e a ampliação do metrô para o Campo Grande.
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