POLÍTICA
Ibaneis Rocha diz aceitar decisão do STF e que foi "levado ao erro"
Governador foi afastado por 90 dias após decisão de Moraes referendada pelo restante da Corte
Ibaneis Rocha (MDB) disse respeitar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de mantê-lo afastado do cargo de governador do Distrito Federal por 90 diasapós o ato golpista do dia 8, quando radicais bolsonaristas invadiram as sedes dos três poderes. A decisão foi tomada inicialmente pelo ministro Alexandre de Moraes e confirmada pelo plenário da Corte.
Em nota, Ibaneis disse ter sido “levado a erro pelas autoridades de segurança que estavam à frente da operação” que culminou na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes. Desde o episódio, o governador afastado tem culpado o seu ex-secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, que foi ministro do ex-presidente Bolsonaro (PL).
“Tenho a consciência tranquila e a certeza que não fui conivente com qualquer ato criminoso. Ao contrário, como já divulgado nos áudios e documentos que juntei ao inquérito e que fiz chegar a todos os senhores ministros e à população, fui levado a erro pelas autoridades da segurança que estavam à frente da operação. Sigo confiante em Deus e na justiça”, declarou.
Na decisão, Moraes indicou aparente conivência de Ibaneis Rocha, cujo governo era responsável por garantir a segurança dos prédios públicos de Brasília, mas que não montou esquema de segurança especial, mesmo tendo conhecimento de que atos violentos estariam sendo planejados.
O ministro escreveu que Ibaneis “não só deu declarações públicas defendendo uma falsa ‘livre manifestação política em Brasília’ – mesmo sabedor, por todas as redes, que ataques às instituições e seus membros seriam realizados – como também ignorou todos os apelos das autoridades para a realização de um plano de segurança”. Ele se referiu a pedidos do governo federal pela proteção de prédios públicos e interdição do acesso à Esplanada dos Ministérios, que foram ignorados pelo governo do DF.
Na quarta-feira, o STF referendou, em julgamento virtual, a decisão de Moraes por 9 a 2. Votaram a favor os ministros Gilmar Mendes, Edson Fachin, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux, Ricardo Lewandowski e Rosa Weber. Os que divergiram, votando por manter Ibaneis Rocha no cargo, foram os ministros Nunes Marques e André Mendonça.
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