João Jorge Rodrigues sobre recuperação da Palmares: 'Todo um esforço' | A TARDE
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João Jorge Rodrigues sobre recuperação da Palmares: 'Todo um esforço'

Presidente chamou processo de 'Nova Palmares' em entrevista ao 'Isso é Bahia' , da Rádio A TARDE FM

Publicado segunda-feira, 03 de julho de 2023 às 10:29 h | Autor: Lula Bonfim e Rafaela Souza
Presidente da Fundação Cultural palmares participou do programa 'Isso é Bahia' nesta segunda-feira
Presidente da Fundação Cultural palmares participou do programa 'Isso é Bahia' nesta segunda-feira -

Empossado em abril deste ano como presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP), João Jorge Rodrigues, falou sobre os esforços para a recuperação da entidade vinculada ao Ministério da Cultura. Em entrevista ao programa 'Isso é Bahia', da Rádio A TARDE FM, desta segunda-feira, 3, o produtor cultural e militante do movimento negro no Brasil, declarou que o movimento acontece em decorrência dos ataques no governo Bolsonaro.

"A Palmares é a cara da Cultura do Brasil. Do governo federal, foi o organismo mais atacado, por uma pessoa que dirigia a Palmares, junto com o presidente. Não se atacou a área econômica. O alvo era a cultura, os artistas. E o alvo era a Palmares, dentro da cultura. Tem todo um esforço agora — não só do presidente, mas da equipe que está lá, da ministra Margareth Menezes e do presidente Lula — da Palmares voltar a ser o ator que já foi um dia", afirmou.

Rodrigues ainda ressaltou que a recuperação é fundamental para a retomada da relação com os países da América e África, entre eles Colômbia, Venezuela, Peru, Equador, Gana, África do Sul, Etiópia.

"Foram oito embaixadores na posse. Agora, na entrega da nova casa, nós estamos convidando 15 embaixadores africanos. Devemos ir a Gana agora em julho, para uma nova parceria entre Gana e o Brasil, Gana e a Bahia. São 54 países africanos, alguns dos quais muito importantes economicamente em parceria com o Brasil, como a África do Sul, o Egito e a Etiópia, e que a Palmares se afastou disso", pontuou. 

Entre as medidas desenvolvidas na 'nova Palmares', o presidente detalhou o retorno do convênio com o Itamaraty que visa a formação de diplomatas.

"[...] Para finalizar do ponto de vista da nova Palmares, reatamos um convênio com o Itamaraty para formar diplomatas. Eram 20 vagas para esse curso e nós conseguimos uma bolsa de 30 vagas. Você vai receber 30 mil reais para estudar e se preparar para o concurso do Itamaraty. Hoje, a melhor profissão do serviço público do país é o Itamaraty", reiterou.

Dois de Julho

Com uma trajetória ligada ao ativismo no movimento negro no Brasil, João Jorge Rodrigues exaltou o Bicentenário da Independência da Bahia, celebrado no domingo, 2, em todo o estado. Entretanto, segundo ele, há a necessidade de um reconhecimento nacional para a data.

“O dia da independência é o dia da derrota do opressor. Então o 2 de Julho precisa ser tomado no Rio, em São Paulo, em Macapá, no Recife e em Olinda, de tal forma que é a Bahia quem tem que liberar isso no Senado e na Câmara, para que os demais gestores também vejam nesse ato um ato brasileiro. Ontem, a gente conseguiu fazer um carnaval sobre a independência do Brasil na Bahia, conseguiu mostrar personagens”, enfatizou.

Ainda de acordo com o presidente da Palmares, o reconhecimento do Dois de Julho também se deve à invisibilização de diversos nomes responsáveis pela libertação do Brasil, desde a Revolta dos Búzios, de 1798, até a Revolta dos Malês, de 1835.

“Ainda há uma invisibilidade com os heróis da Revolta dos Búzios, de 1798: João de Deus, Lucas Dantas, Manuel Faustino e Luiz Gonzaga. A gente precisa contar a história de 1798 até 1835, com a Revolta dos Malês. E fazer isso conversando com todos os secretários de Cultura dos 27 estados. Na semana passada, eu conversei com a Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro. Há uma previsão de, em setembro, fazer uma homenagem ao 2 de Julho”, detalhou.

>>> Leia mais: João Jorge Rodrigues sobre a Palmares: "Vamos ter que reconstruir o sistema"

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