POLÍTICA
Lula diz que democracia vive 'momento mais crítico' desde a 2ª Guerra
Lula fez discurso ao lado do primeiro-ministro da Espanha
O presidente Lula (PT) participou na tarde desta terça-feira, 24, em Nova York, de mesa redonda "Em defesa da democracia, combatendo os extremismos”, em evento paralelo da Assembleia Geral da ONU.
“Não tenho a pretensão de apresentar aqui um diagnóstico abrangente das ameaças que enfrentamos. Mas é inegável que a democracia vive hoje seu momento mais crítico desde a II Guerra Mundial. No Brasil e nos Estados Unidos, forças totalitárias promoveram ações violentas para desafiar o resultado das urnas. Na América Latina, as notícias falsas corroem a confiança e afetam os processos eleitorais. Na Europa, uma mistura explosiva de racismo, xenofobia e campanhas de desinformação coloca em risco a diversidade e o pluralismo. Na África, golpes de Estado demonstram que o uso da força para derrubar governos ainda reflete resquícios do colonialismo", disse Lula.
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Lula coordenou o debate, que foi idealizado pelo brasileiro junto com o presidente de Governo da Espanha, Pedro Sánchez. O objetivo foi alinhar com outros líderes o fortalecimento das instituições democráticas e o combate à desigualdade, à desinformação e ao extremismo.
O evento contou com representantes de 20 países, além do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e do secretário-geral da ONU, António Guterres.
Assembleia Geral da ONU
Ao abrir a 79ª Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira, Lula criticou a falta de atualização da forma como é dirigida a organização, que segue a mesma carta de princípios de 80 anos atrás. Citou os conflitos que ocorrem na Ucrânia e no Oriente Médio, além das guerras no Sudão e no Iêmen.
O presidente ainda mencionou o atraso das nações no combate à fome e às tragédias climáticas decorrentes do aquecimento global. Criticou a ausência de regulação das plataformas digitais que permite a difusão de desinformação e intolerância. E falou também sobre democracia no contexto brasileiro.
"No Brasil, a defesa da democracia implica ação permanente ante investidas extremistas, messiânicas e totalitárias, que espalham o ódio, a intolerância e o ressentimento. Brasileiras e brasileiros continuarão a derrotar os que tentam solapar as instituições e colocá-las a serviço de interesses reacionários. A democracia precisa responder às legítimas aspirações dos que não aceitam mais a fome, a desigualdade, o desemprego e a violência".
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