Mauro Vieira diz que Lula e Trump abrem negociações sobre Magnitsky

O chanceler brasileiro Mauro Vieria disse que os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil) e Donald Trump (Estados Unidos) tiveram um encontro bilateral "muito positivo" neste domingo, 26, à margem da Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), na Malásia.

Em entrevista coletiva, Vieira afirmou que o principal resultado da reunião foi o acordo para o início imediato de um processo de negociação bilateral focado na suspensão das tarifas americanas impostas aos produtos brasileiros e na aplicação da Lei Magnitsky a autoridades brasileiras.

O presidente Lula, que abriu a conversa afirmando que "não havia assunto proibido", renovou formalmente o pedido para que as tarifas fossem suspensas durante o período de negociação.

Ele também classificou a aplicação da Lei Magnitsky, que impõe sanções a brasileiros, como "injusta", alegando que o devido processo legal foi respeitado no país.

Em resposta, o presidente Trump declarou que instruirá sua equipe para que o processo de negociação comece "hoje ainda" e seja resolvido em "pouco tempo", prometendo um período de conversas bilateral que deve se concluir em poucas semanas.

Clima descontraído e admiração mútua

O presidente Trump fez questão de elogiar a trajetória política de Lula, expressando admiração pelo seu perfil, que incluiu ter sido eleito duas vezes, enfrentar perseguição política no Brasil, recuperar sua reputação e, vitoriosamente, conquistar um terceiro mandato.

"O presidente Trump declarou admirar o perfil da carreira política e do presidente Lula", afirmou o ministro brasileiro após o encontro. Trump também manifestou gostar imensamente "do Brasil, do povo brasileiro".

Negociação bilateral e próximos passos

O encontro de cerca de 50 minutos contou com a presença de membros-chave das delegações, incluindo o Secretário de Estado americano, Marco Rubio, o Secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o Representante Comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer.

Apesar da sinalização de negociação, fontes confirmaram que o "tarifaço" e as sanções da Lei Magnitsky ainda não foram suspensas imediatamente. O avanço agora depende do diálogo técnico que se inicia neste domingo.

Além da pauta comercial e de sanções, os presidentes estabeleceram que haverá visitas recíprocas no futuro. Trump expressou o desejo de ir ao Brasil e Lula aceitou o convite para visitar os Estados Unidos.

A conclusão geral do encontro é que a reunião estabeleceu uma ponte de diálogo em um momento de tensões diplomáticas, com a expectativa de que o Brasil e os EUA consigam, em breve, "concluir uma negociação bilateral que trate de cada um dos setores da atual tributação americana".