PL DO ABORTO
"Não é uma questão de direito, sim de saúde pública", diz Luiz Coutinho sobre PL Aborto
Instituição aprovou parecer contrário ao texto
![Conselheiro se manifesta contra PL do Aborto](https://cdn.atarde.com.br/img/Artigo-Destaque/1270000/1200x720/Nao-e-uma-questao-de-direito-sim-de-saude-publica-0127494100202406172112-ScaleDownProportional.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.atarde.com.br%2Fimg%2FArtigo-Destaque%2F1270000%2FNao-e-uma-questao-de-direito-sim-de-saude-publica-0127494100202406172112.jpg%3Fxid%3D6258379%26resize%3D1000%252C500%26t%3D1721791465&xid=6258379)
O conselheiro federal pela Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Bahia, Luiz Coutinho, se colocou, nesta segunda-feira, 17, contra o Projeto de Lei 1904/24, chamado popularmente de 'PL do Aborto'. A posição foi manifestada durante a sessão do Conselho Federal da OAB que deu parecer contrário ao texto.
O texto prevê que o aborto, ainda que em casos de aborto, seja equiparado ao crime de homicídio. Segundo Coutinho, o tema deve ser debatido na área da saúde pública.
"Não é apenas uma questão de direito criminal, mas sim de saúde pública. O PL do aborto é um retrocesso que nos leva ao caminho da barbárie", afirmou.
Coutinho ainda pontuou que o projeto atinge mais as mulheres negras e pobres, citando os números de violência de diversas naturezas que atingem as mulheres. "A cada oito minutos, uma mulher é vítima de estupro nesse país. Além disso, 75% dessas vítimas têm menos de 14 anos e 70% delas sofrem essa violência dentro de casa, cometida por parentes", pontuou Luiz Coutinho, que ainda chamou o texto de "grosseiro e desconexo da realidade".
O projeto prevê que o aborto a partir de 22 semanas seja considerado crime, com pena de seis a 20 anos de prisão, maior que a do crime de estupro. O texto teve urgência aprovada na Câmara, mas segue sem previsão de votação no plenário.
"Prever para a vítima uma pena maior que o seu algoz é uma irracionalidade. Essa criminalização é uma medida ineficaz. Por isso, a importância de nos posicionarmos nessa questão que, sobretudo, diz respeito à mulher vítima de um crime abominável, sendo ela a única que pode decidir sobre o seu destino", afirmou.
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