LEI SANCIONADA
Nova lei garante 4 novos direitos para clientes de bancos; veja quais
Nova lei cria estatuto do cliente bancário e promete mais transparência e concorrência

Por Leilane Teixeira

Entrou em vigor no dia 5 de novembro a Lei 15.252/2025, que cria o chamado estatuto do usuário de serviços financeiros. Sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva com vetos, a norma busca ampliar a concorrência entre bancos, fortalecer o Open Finance e garantir mais transparência nas relações entre clientes e instituições.
O texto organiza quatro eixos principais:
- portabilidade automática de salário;
- débito automático entre bancos;
- direito à informação clara;
- crédito com juros reduzidos em condições especiais.
Segundo o Congresso, a meta é oferecer mais liberdade de escolha e reduzir desigualdades no sistema financeiro.
A lei tem vigência imediata, mas a aplicação prática depende de regulamentação. O Conselho Monetário Nacional (CMN) definirá diretrizes e o Banco Central (BC) terá até 180 dias para detalhar os procedimentos.
Portabilidade de salário
A nova regra permite que o trabalhador autorize a transferência automática de seu salário para o banco de preferência, sem precisar refazer o pedido a cada vínculo. A autorização será digital, registrada e supervisionada pelo BC. A medida aproveita a estrutura do Open Finance e tende a estimular a competição por contas-salário, reduzindo tarifas e “amarras” comerciais.
Especialistas avaliam que a mudança deve impulsionar migrações para instituições com menores custos e melhor experiência digital, obrigando os grandes bancos a rever estratégias de retenção.
Débito automático entre bancos
O cliente também passa a ter o direito de pagar financiamentos e contas por débito automático em bancos diferentes. Isso facilita o controle de fluxo de caixa e reduz atrasos em pagamentos. O BC ainda definirá padrões de interoperabilidade para evitar fraudes e disputas entre instituições.
Transparência e combate ao crédito caro
A norma obriga bancos e fintechs a informar claramente o custo total do crédito, comunicar alterações relevantes e oferecer opções mais vantajosas ao consumidor. Também restringe aumentos automáticos de limite e incentiva práticas que previnam o superendividamento.
Essas medidas reforçam o Código de Defesa do Consumidor e elevam obrigações já existentes ao nível de lei.
Crédito com juros reduzidos
A lei cria uma modalidade especial de crédito com juros menores, desde que o cliente aceite condições que diminuam o risco de inadimplência — como notificações eletrônicas e atualização periódica de dados. Os critérios serão definidos pelo BC, com base em diretrizes do CMN.
Vetos e prazos de regulamentação
O governo vetou cinco trechos do texto, entre eles a ampliação do conceito de conta-salário para incluir cartões pré-pagos e o prazo fixo de dois dias úteis para portabilidade. A justificativa apontou riscos à segurança e à prevenção de fraudes.
Apesar de já estar em vigor, a lei só será aplicada integralmente após a regulamentação, prevista até maio de 2026. O Congresso ainda pode rever os vetos, o que pode alterar prazos e definições operacionais.
Orientações ao consumidor
- Nada muda automaticamente: o cliente precisa autorizar a portabilidade ou o débito entre bancos.
- Compare tarifas e taxas antes de escolher onde manter sua conta.
- Use o Open Finance para buscar melhores condições.
- Leia atentamente as cláusulas de crédito com desconto, que podem incluir compromissos adicionais.
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