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POLÍTICA

PSDB trava batalha contra extinção: fim de uma era?

Sigla histórica estuda alternativas para sobreviver

Por Cássio Moreira e Anderson Ramos

12/02/2025 - 16:42 h
Franco Montoro, Fernando Henrique Cardoso e Mário Covas na fundação do PSDB
Franco Montoro, Fernando Henrique Cardoso e Mário Covas na fundação do PSDB -

Junho de 1988. Dissidentes do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), como Franco Montoro, Fernando Henrique Cardoso, Mário Covas, Geraldo Alckmin e Teotônio Vilela se reúnem em uma mesa com um mascote tucano. Assim nasceu o Partido da Social Democracia Brasileira, o PSDB. Quase 37 anos depois, a legenda que governou o estado de São Paulo por mais vezes no período pós-redemocratização, caminha para a extinção, que deve ocorrer por meio de uma incorporação a outra sigla, ou uma fusão.

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O PSDB chegou ao Palácio do Planalto pela primeira vez em 1994, com a vitória de Fernando Henrique Cardoso, ex-ministro da Fazenda impulsionado pelo sucesso do Plano Real. A eleição de FHC foi sacramentada ainda no primeiro turno, contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, Covas garantia no mesmo ano a chegada dos tucanos ao Palácio dos Bandeirantes, hegemonia que duraria até 2022.

FHC recebe a faixa presidencial de Itamar Franco
FHC recebe a faixa presidencial de Itamar Franco | Foto: Divulgação | Acervo Memorial da Democracia

Quatro anos depois, Fernando Henrique Cardoso consegue a façanha de se reeleger novamente no primeiro turno, feito até hoje único no Brasil. O presidente, entretanto, não conseguiu fazer sucessor em 2002. As décadas seguintes foram marcadas pela polarização PSDB x PT, que protagonizou mais quatro eleições presidenciais.

Hoje, a realidade é outra. O partido, que já teve uma das maiores bancadas da Câmara Federal, conta com 13 deputados. No Senado, o partido tem somente uma cadeira. A crise enfrentada pela sigla, iniciada após a eleição de 2014, quando Aécio Neves foi derrotado pela presidente Dilma Rousseff, fez com que o PSDB perdesse força também no contexto regional, conseguindo eleger apenas três governadores em 2022: Raquel Lyra (Pernambuco), Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) e Eduardo Riedel (Mato Grosso do Sul).

A federação com o Cidadania também não surtiu o efeito esperado. A alternativa estudada por integrantes do partido é uma fusão ou uma nova federação. Uma ala, entretanto, acredita que o destino do PSDB é ser incorporado a uma outra legenda, o que decretaria o fim da sua existência.

As opções atuais são PSD, MDB, Republicanos e Podemos, mas com maior possibilidade de incorporação às duas primeiras agremiações citadas. Presidente do PSDB na Bahia, o deputado federal Adolfo Viana confirmou as conversas, e disse enxergar a fusão como um caminho melhor que a incorporação.

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"O presidente do MDB esteve com o nosso presidente (Marconi Perillo), temos conversas marcadas com Podemos e com Republicanos. O PSDB é um partido que pretende fazer uma fusão, para que possa se fortalecer e continuar ajudando o Brasil. Quando ouço falar que os partidos pretendem incorporar o PSDB, eu penso um pouco diferente, e a minha ideia é de que a gente possa fazer uma fusão", afirmou Adolfo, durante agenda em Salvador, no início da semana.

O cenário mais provável é da sigla histórica se tornar parte do PSD, que hoje possui uma das maiores bancadas do Congresso Nacional e três ministérios no governo Luiz Inácio Lula da Silva. Questionado pelo Portal A TARDE, o tucano adotou cautela e afirmou que toda a discussão sobre o futuro do PSDB é "embrionária".

"Tem conversas com o PSD. O presidente do PSD, Kassab, tem conversado com o nosso presidente Perillo, eu também tenho conversado muito com o meu amigo Antônio Brito [...] O PSDB, nós sempre tivemos a melhor relação com o PSD, com o MDB, Republicanos e Podemos. Lá em Brasília e aqui na Bahia. É uma coisa ainda embrionária, o partido tem se debruçado sobre esse assunto, e eu acretido que nós próximos meses vamos encontrar o caminho", destacou o deputado.

Histórico nas urnas

Além das vitórias de Fernando Henrique Cardoso em 1994 e 1998, o PSDB teve candidatos ao Planalto em 1989 (Mário Covas), 2002 (José Serra), 2006 (Geraldo Alckmin), 2010 (José Serra), 2014 (Aécio Neves) e 2018 (Geraldo Alckmin). Em 2022, pela primeira vez, a legenda optou por não lançar candidato próprio, indicando a senadora Mara Gabrilli para vice de Simone Tebet (MDB).

Aécio Neves é o canditato tucano mais votado da história do PSDB para a presidência
Aécio Neves é o canditato tucano mais votado da história do PSDB para a presidência | Foto: Valter Campanato | Agência Brasil

Apesar das vitória de FHC, não é o ex-presidente o candidato tucano mais votado para a presidência da República. O deputado federal Aécio Neves, derrotado em 2014, teve 51 041 155 votos, sendo detentor do posto, mesmo com a derrota para Dilma.

Na Bahia, a legenda hoje caminha com a oposição, mas esteve no arco de alianças do PT durante décadas, mesmo com a polarização a nível nacional. Em 1994, quando FHC e Lula disputavam a presidência, o PSDB baiano apoiou o candidato petista. Os dois partidos caminharam juntos no estado até 2010.

Lídice da Mata, prefeita de Salvador pelo PSDB
Lídice da Mata, prefeita de Salvador pelo PSDB | Foto: Divulgação

Desde a redemocratização, o PSDB só lançou candidato ao Palácio de Ondina em 1994, quando Jutahy Magalhães ficou na terceira colocação na disputa contra Paulo Souto (PFL) e João Durval (PMN). Os tucanos ainda governaram Salvador entre 1992 e 1996, com Lídice da Mata, única mulher a chegar ao posto mais alto do executivo soteropolitano.

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Tags:

Aécio Neves eleições Fernando Henrique Cardoso presidente psdb tucanos

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