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Jornalista denuncia atendimento durante madrugada no PA Nelson Barros

Aurelio Nunes relatou que filha teve atendimento negado pelos funcionários

Publicado sexta-feira, 14 de julho de 2023 às 21:23 h | Autor: Da Redação
Pronto Atendimento Nelson Barros fica em Lauro de Freitas
Pronto Atendimento Nelson Barros fica em Lauro de Freitas -

O jornalista Aurelio Nunes, de 52 anos, denunciou a atuação do Pronto Atendimento Nelson Barros, em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador, durante a madrugada desta sexta-feira, 14. Ao Portal A TARDE, Aurelio contou que foi à unidade de saúde com a esposa Milena Velloso, de 51, por volta das 0h, em busca de atendimento para a filha que estava com febre há quatro dias. 

“A gente explicou a situação e a atendente falou que só atendia nesse horário casos de emergência, caso que eles colocam a cor vermelha de acordo com a gravidade da situação. O vermelho é para quem corre risco iminente de vida. Ou seja, só podia atender naquele momento, segundo ela, se tivesse caso de vida ou morte. A minha filha estava com febre há quatro dias, não estava morrendo, mas também não sabíamos o que ela tinha porque a febre dela ia e voltava”, explicou. 

Segundo ele, os funcionários informaram que a adolescente não poderia ser atendida porque não se enquadrava em caso de risco. Aurelio destacou que não havia outros pacientes na recepção quando chegou com a família. Sem entender o motivo da recusa, ele chegou a filmar o momento que a esposa tentou falar com a médica. Nas imagens, a profissional de saúde aparece fechando a porta de uma sala.

“Minha esposa perguntou: ‘Como assim?’, já que não tinha ninguém sendo atendido lá. A gente não entendeu e não teve maiores explicações. Tentamos falar com a médica, apareceu uma assistente social que ficou incomodada porque eu filmei ela e não queria responder mais nada. A médica, que era uma pediatra, falou que não ia atender. A médica que aparece no vídeo batendo a porta na minha cara. Ela se recusou a atender e ficou lá trancada”, afirmou.

 

  

Diante da postura dos funcionários, Aurelio contou que acionou a polícia para tentar conseguir o atendimento para a filha. No entanto, ele recebeu a informação de que só seria possível registrar a ocorrência no distrito policial, pois não havia ocorrido agressão entre as partes. “Eu não fui porque eu estava preocupado com o atendimento da minha filha, queria que ela fosse atendida e não criar nenhum tipo de transtorno para eu mesmo mais do que já tinha naquele momento”, desabafou.

“Em um momento, eu falei que não adiantava ficar mais ali. O que podia fazer era isso, reclamei, filmei. Não atenderam e nem fizeram uma triagem para saber se podiam fazer alguma coisa. Tinha um segurança, a assistente social, a atendente e outra pessoa que trabalhava na administração, mas não ajudaram em nada”, acrescentou.

Ainda em busca de um atendimento para a filha, Aurelio e a esposa Milena saíram do Pronto Atendimento Nelson Barros e levaram a adolescente ao Hospital Geral Menandro de Farias. O jornalista contou que a postura foi semelhante à unidade anterior, mas os funcionários ofereceram “o mínimo de acolhimento” ao encaminhar a filha para triagem. De acordo com ele, a postura mudou quando eles explicaram a situação da família e o estado da jovem.

“Chegando lá, o atendente disse a mesma coisa, que só iam atender quem estivesse com risco de morte. Nós explicamos a situação, falamos que vínhamos de um pronto atendimento e que minha filha precisava ser atendida. Eles fizeram uma triagem para ver o que podiam fazer. Na triagem, perceberam que a pressão da minha filha estava alta, com base nisso, a profissional falou com a médica e ela abriu a exceção”, disse.

Mesmo com o atendimento, a família saiu da unidade sem diagnóstico fechado e recebeu a recomendação de retornar ao Pronto Atendimento Nelson Barros pela manhã.

“É um absurdo essa postura e, inclusive, eles falaram que o ideal seria ter ido no Nelson Barros, sendo que a gente tinha saído de lá. É um jogo de empurra de quem vai fazer o atendimento na saúde em Lauro de Freitas. Saímos de lá sem o diagnóstico porque a médica disse que ela teria que voltar para fazer exames. Ela falou que a pressão estava um pouco alta, que não era grave, ela recomendou o que já estávamos fazendo. Voltamos para casa e a minha filha dormiu mal com medo do que poderia acontecer com ela, com receio de que ela poderia ter algo pior”, contou.

Na volta ao Pronto Atendimento na manhã desta sexta, a adolescente foi atendida e diagnosticada com dengue. Aurelio também apontou a superlotação de pacientes durante o dia, o que atrasa e dificulta o atendimento e acolhimento oferecido aos pacientes. Segundo ele, a unidade tinha mais de 100 pessoas.

“Eles estão fazendo de um jeito que fica lotado durante o dia e vazio à noite. Parece uma estratégia bem estranha, inclusive. E descobriram que ela está com dengue, com as plaquetas baixas. Ela vai precisar fazer outra medição no domingo para saber se as plaquetas delas aumentaram. Agora, ela está sob cuidado em casa”, revelou. 

O Portal A TARDE entrou em contato com a Prefeitura de Lauro de Freitas e da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), mas não obteve retorno até a publicação da matéria.

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