DIA DAS CRIANÇAS
Cartilha orienta como garantir ambiente seguro no mundo virtual
Especialistas falam de recursos que limitam tempo de uso e bloqueiam conteúdos
Com a chegada do Dia das Crianças, a discussão sobre a segurança no ambiente virtual se torna ainda mais relevante. A empresa Xbox Brasil, em parceria com a Childhood Brasil, lançou uma cartilha com orientações que visam alertar pais e responsáveis sobre os riscos da exposição excessiva e desprotegida de jovens em plataformas de jogos e redes sociais.
Uma das principais preocupações é a facilidade de acesso a conteúdo impróprio e interação com desconhecidos. “É importante o diálogo com os filhos sobre o uso saudável desde o primeiro contato com as tecnologias. Regras combinadas sobre tipos de conteúdos que podem ser acessados e tempo de uso”, afirma Guilherme Alves, gerente do projeto Disciplina da Cidadania Digital da Safernet, organização dedicada à promoção dos direitos humanos no ambiente digital.
Para a Xbox Brasil, o controle parental é uma ferramenta crucial. O aplicativo Xbox Family Settings permite que os pais filtrem e monitorem o conteúdo acessado. Além disso, oferece recursos para limitar o tempo de uso e bloquear conteúdos inadequados.
A cartilha "Navegar com Segurança", da Childhood Brasil, pode ser acessada no site da instituição. Entre as principais dicas para crianças de até 9 anos, recomenda o uso restrito sempre com a supervisão dos pais. Para pré-adolescentes de 9 a 12 anos, é essencial o diálogo sobre privacidade e autocuidado. Já para adolescentes, a partir de 13 anos, as conversas devem abordar o equilíbrio entre atividades online e offline, além da conscientização sobre as consequências de compartilhar informações pessoais e os perigos de interagir com estranhos.
"A imersão em ambientes digitais pode prejudicar o desenvolvimento de habilidades cognitivas e sociais. Com a pandemia, muitas crianças passaram a usar ainda mais as telas, mas isso não substitui a necessidade de brincar e interagir com outras crianças. Crianças aprendem algumas funções cognitivas interagindo com outras pessoas", explica a médica Kátia Baptista, membro da Sociedade Baiana de Pediatria.
Violência
O gerente do projeto da Safernet, Guilherme Alves, destaca que há também os danos causados pelo contato com conteúdos violentos. "Jogos muitas vezes permitem conversas entre jogadores, nas quais podem ocorrer assédio, abuso e ameaça, em especial contra meninas. Esse universo cria comunidades, que podem ser participativas e saudáveis, mas também violentas e agressivas”.
Diogo Oliveira, dentista e pai de Thais e Luana Oliveira, e 7 e 5 anos, respectivamente, compartilha sua experiência. "Conversamos sobre o fato de que elas precisam tomar cuidado com quem vão responder e que tipo de informação vão fornecer, para que não coloquem suas vidas em perigo”.
Ele reflete sobre o uso da TV e plataformas de vídeos. “A televisão só é liberada aos domingos. Quando é algo que ainda não conhecemos, assistimos com elas. Caso o conteúdo não seja apropriado, pontuamos: 'Você acha isso certo? Você consegue imaginar isso acontecendo na sua casa?'. Assim, trazemos esse tipo de reflexão”.
*Sob a supervisão da editora Meire Oliveira
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