SALVADOR
Luxo seletivo: veja marcas com lista de espera e acesso restrito
Mesmo com dinheiro em mãos, muitos produtos de luxo exigem fila, convite ou aprovação prévia
Por Isabela Cardoso

Em um mercado onde a exclusividade vale mais do que a etiqueta de preço, algumas marcas decidiram ir além da simples venda. Para garantir que seus produtos permaneçam raros, criaram regras rígidas: listas de espera que duram anos, produção ultralimitada e até exigências comportamentais para selecionar quem pode ou não adquirir seus itens.
Seja uma bolsa que exige anos de relacionamento com a marca ou um carro que só pode ser comprado por quem segue um código de conduta, o acesso a esses objetos de desejo virou um privilégio seletivo.
Conheça as peças que, por mais luxuosas que sejam, não estão disponíveis para qualquer um - mesmo que seja uma pessoa multimilionária.
Leia Também:
Hermès: as bolsas que não se compram, se conquista
Símbolo máximo de luxo e status, as bolsas Birkin e Kelly da Hermès são produzidas artesanalmente com diferentes couros, feitas à mão e em quantidade extremamente limitada.
Hoje, a Kelly mais básica custa em torno de US$10.000 enquanto a Birkin (que apareceu em Sex and the City) é vendida na faixa de US$12.000. No entanto, os preços podem ultrapassar R$ 5 milhões, dependendo do acabamento e dos materiais.
Além do preço, o acesso é outro desafio: é necessário ter um histórico de compras com a marca e, muitas vezes, esperar anos para ser selecionado. A lista de espera oficial pode durar mais de um ano. Em 2024, dois consumidores nos Estados Unidos entraram na Justiça contra a Hermès, acusando a marca de “venda casada” ao condicionar o acesso às bolsas à compra de outros produtos como lenços e joias.
O episódio expôs as práticas exclusivas da grife, que trata suas bolsas como itens de coleção, não de prateleira. Recentemente, a ginasta Simone Biles revelou ter conseguido adquirir uma Birkin após anos de relacionamento com a marca.
Gabriela Hearst: a exclusividade começa no e-mail
As carteiras da designer uruguaia Gabriela Hearst seguem um padrão de raridade ainda mais extremo. Com apenas 20 unidades produzidas de alguns modelos, como a icônica "Nina", essas peças não são vendidas em lojas nem em sites. Para adquirir uma, o interessado precisa entrar em contato diretamente com a designer e aguardar pacientemente em uma fila de espera.
A peça foi inicialmente desenvolvida como presente pessoal e, mesmo após o sucesso internacional, Hearst manteve a produção restrita. Os preços variam entre €1.500 e €12.000, dependendo do modelo e dos materiais utilizados.
Chanel e Pharrell: tênis e bolsas que esgotam em horas
O tênis criado por Pharrell Williams em parceria com a Chanel e a Adidas foi lançado em edição limitada de apenas 500 pares. Vendido inicialmente por €674, o calçado rapidamente entrou para a lista dos itens mais desejados do mundo da moda, com mais de 120 mil pessoas esperando por uma nova oportunidade de compra.
Outro exemplo da Chanel é a Flap Bag, que se tornou um dos acessórios mais cobiçados da marca. Lançada em versões com pele e em cinco cores diferentes, uma de suas edições recentes esgotou em apenas 48h. Cinco dias depois, já havia mais de 14 mil pessoas na fila de espera. Seu preço, mesmo em modelos básicos, ultrapassa facilmente os €100.
Aday e YSL: a febre das peças esgotadas
Entre as marcas contemporâneas, a Aday conquistou seu público com as leggings Throw & Roll. Vendidas a €100, elas se destacam pela proposta de versatilidade e praticidade: o modelo se esgotou quatro vezes em menos de 24h.
No extremo oposto, em glamour e extravagância, estão as botas com cristais da Yves Saint Laurent. Elas brilharam nas passarelas da Semana de Moda de Paris e logo estavam nos pés de celebridades internacionais. Avaliadas em €8.500, também entram para a lista de espera: o prazo médio para conseguir um par é de cerca de seis meses.
Raden: tecnologia com fila de espera
Para quem busca inovação, a mala A22 Carry da marca Raden combina funcionalidade e design de ponta. Capaz de carregar dispositivos eletrônicos e informar seu peso por meio de sensores, ela conquistou o público tecnológico e viajantes frequentes. Custa €250, mas o interessado terá que esperar: cerca de 10 mil pessoas estão na fila.
Patek Philippe: um relógio, dez anos de espera
O relógio Nautilus 5711 da Patek Philippe virou objeto de culto no mundo da alta relojoaria. Seu visual elegante e pulseira de aço azul-marinho atraíram fãs como Drake e Ellen DeGeneres. Antes de ser descontinuado, o tempo médio de espera para adquiri-lo era de dez anos.
O preço também era elevado: US$ 33,7 mil (aproximadamente R$ 177 mil). O CEO da marca, Thierry Stern, explicou que a decisão de interromper a produção foi motivada justamente pelo sucesso: o modelo se tornara “comum demais” para os padrões da marca, que valoriza a exclusividade extrema de seus produtos.
Ferrari: nem todo milionário pode ter uma
Na Ferrari, a exclusividade vai além do preço e da produção limitada. A marca italiana impõe regras comportamentais aos compradores. Celebridades como Justin Bieber, 50 Cent e Nicolas Cage estão entre os banidos da lista de clientes, por condutas que violam o código da marca - como modificar o carro, abandoná-lo ou leiloá-lo.
Para adquirir os modelos mais restritos, como a 812 Competizione Aperta (avaliada em mais de R$ 15 milhões), é necessário ser parte de um grupo altamente selecionado. O piloto Charles Leclerc, por exemplo, é considerado o “garoto de ouro” da Ferrari, com acesso facilitado a lançamentos, descontos e assistência técnica exclusiva.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Siga nossas redes