VIOLÊNCIA
Maioria das soteropolitanas já sofreu violência em transportes, aponta estudo
Das 350 mulheres soteropolitanas entrevistadas, 83% delas disseram sentir muito medo de sofrer violência quando se deslocam pela cidade
Por Da Redação
A maioria das mulheres soteropolitanas já sofreu algum tipo de violência durante viagens em transportes públicos ou nas ruas da capital baiana. A constatação é do estudo "Vivências e demandas das mulheres por segurança no deslocamento", realizado pelos Institutos Patrícia Galvão e Locomotiva, com apoio da Uber.
Conforme relatos, as entrevistadas apontaram que já sofreram violências como importunação, assédio sexual e até estupro. A pesquisa ouviu mais de 4.000 brasileiras, de outros oitos estados, que utilizam diferentes formas de transporte em seu cotidiano.
Das 350 mulheres soteropolitanas entrevistadas, 83% delas disseram sentir muito medo de sofrer violência quando se deslocam pela cidade. Assalto, sequestro, estupro e assédio/importunação sexual são os principais temores entre elas, quando saem de casa e circulam pela cidade.
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Em Salvador, 70% das mulheres disseram que têm muito medo de sofrer um estupro, número um pouco acima da média nacional de 66%, enquanto 60% das moradoras de Salvador dizem ter muito medo de sofrer uma importunação/assédio sexual.
Ainda segundo a pesquisa, a falta de policiamento, pouca iluminação e ruas vazias são fatores que mais geram insegurança. As mulheres soteropolitanas percebem ainda que a sensação de insegurança também deve-se à ausência de políticas públicas que poderiam tornar seu deslocamento mais seguro.
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Segurança e as eleições 2024
A maioria das mulheres soteropolitanas, 9 em cada 10, diz que a segurança das mulheres em deslocamento pela cidade deve ser pauta prioritária entre os candidatos à prefeitura de Salvador nas eleições 2024. Apenas 12% das mulheres avaliam que as ruas de Salvador são seguras, enquanto 19% dizem se sentir seguras nas ruas próximas de sua casa.
Na percepção das mulheres, canais de denúncia e acolhimento e campanhas de conscientização são as políticas públicas mais disponibilizadas em suas cidades, por outro lado, uma menor parcela declara que suas cidades contam com desembarque autorizado fora do ponto e vagões exclusivos em trens e metrôs. A maioria das mulheres brasileiras é favorável às políticas existentes ou acredita que elas deveriam ser implementadas em suas cidades.
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Da mesma forma, 7 em cada 10 consideram que iniciativas voltadas para transporte e infraestrutura, como a melhoria na iluminação pública, revitalização de espaços abandonados (praças, prédios, terrenos baldios etc.) e correção de falhas no transporte público, podem contribuir significativamente para aumentar a segurança nos deslocamentos urbanos.
Ainda que adotem estratégias individuais para driblar o medo em seus deslocamentos, as mulheres reconhecem a importância das políticas públicas e da atuação das empresas de transporte e têm demandas específicas para melhorar sua sensação de segurança.
“Esse estudo mostra que as mulheres sentem muito medo quando saem de casa, que esse medo tem a ver com suas experiências com a violência urbana e de gênero e que elas sabem quais iniciativas podem contribuir para aumentar sua segurança. Em especial, o levantamento revela que as brasileiras percebem que essas medidas são de responsabilidade do Estado, em especial da prefeitura de sua cidade. Por isso, elas também consideram que a segurança das mulheres no deslocamento deve ser um tema prioritário nestas eleições municipais”, afirma Jacira Melo, diretora executiva do Instituto Patrícia Galvão.
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