SANTA DULCE
Obras instaladas no ‘Caminho da Fé’ são furtadas e vandalizadas
Das 28 peças, 22 foram levadas no mês passado e as demais acabaram danificadas
Por Jackson Souza*

As obras que formam o Caminho da Fé, rota que faz ligação entre dois importantes símbolos religiosos, o Santuário de Santa Dulce dos pobres e a Basílica do Senhor do Bonfim, têm sido alvos de criminosos. Das 28 peças que formam o trajeto, que vai de Roma ao Bonfim, 22 foram furtadas no mês passado e as demais foram vandalizadas.
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Coordenado pelo artista plástico Juarez Paraíso, o equipamento, que se tornou rota do turismo religioso na Bahia, reúne 28 totens de madeira, com placas de metal, onde cada artista convidado expôs sua obra em homenagem à Santa Dulce dos Pobres e ao Nosso Senhor do Bonfim.
“O que eu esperava é que todos ficassem chocados como eu fiquei, e eu vi pouca gente chocada. Tudo aconteceu em via pública. São dois santos da maior importância. Eu fiquei pasmo e em choque. Espero, antes de tudo, que haja uma recomposição imediata”, contou Juarez Paraíso.
Eu fiquei pasmo e em choque.
Até o momento, não há, de forma revelada, uma linha de investigação sobre o caso, mas alguns artistas e público que circulam na área, como pacientes de hospitais da região, afirmam que por possuir peças em metal, as obras podem ter chamado atenção de criminosos.
Inaugurado em 2020, o Caminho da Fé foi vandalizado cerca de um mês depois, em janeiro de 2021.
Balanço
Hoje, com apenas seis das 28 obras instaladas, o presidente da Associação de Artistas Plásticos e Visuais da Bahia (Abarvi) manifestou indignação.
“É uma ato de violência sem justificativa a um conjunto de obras com grande valor artístico e cultural, que já faz parte de Salvador. Além do aspecto do prejuízo e da violência material-artístico, ela entra no campo na religiosidade baiana”, afirmou Celso Cunha, presidente da Abarvi.
É uma ato de violência sem justificativa.
Ele afirma ainda que espera que os órgãos responsáveis pelo patrimônio se manifestem, recomponham as obras e fortaleça a segurança na região.
De acordo com estimativas da Secretaria Estadual de Turismo (Setur), do ano passado, cerca de 3,3 milhões de pessoas visitam a Bahia anualmente em busca de equipamentos religiosos.
Dois artistas autores de obras, Chico Mazzoni, Murilo Ribeiro, e representantes da Abarvi, estiveram ontem à tarde no local.
Embora vandalizada, a obra feita por Chico continua no local, próximo da sede das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), já Marcelo foi um dos artistas que teve a obra roubada.
“É lamentável que isso aconteça de forma recorrente com obras públicas. São trabalhos de todo mundo, é um absurdo”, afirmou o artista Murilo Ribeiro.
*Sob a supervisão da editora Meire Oliveira
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