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Salvador celebra a 45ª Marcha da Consciência Negra

Momento histórico pela primeira vez, o Dia da Consciência Negra foi comemorado como feriado nacional

Por Redação

21/11/2024 - 7:13 h
A concentração começou às 14h no Campo Grande, com um percurso de 4 km até a Praça Municipal
A concentração começou às 14h no Campo Grande, com um percurso de 4 km até a Praça Municipal -

A capital baiana, cidade com a maior população negra fora da África testemunhou ontem um marco inédito em sua história. Pela primeira vez, o Dia da Consciência Negra foi celebrado como feriado nacional, conforme prevê a Lei 14.759/23, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em dezembro de 2023. A comemoração do 20 de novembro celebração que consolida décadas de luta contra o racismo e em prol da justiça social.

A concentração começou às 14h no Campo Grande, com um percurso de 4 km até a Praça Municipal, passando por pontos históricos como a Praça da Piedade e a Ladeira da Praça. Este ano, a marcha homenageou Patrice Lumumba, herói da independência da República Democrática do Congo, reforçando os laços históricos entre as lutas do povo africano e brasileiro.

‘A mais longeva’

Angela Guimarães, secretária estadual de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), destacou a importância da caminhada. "Esta marcha é a mais longeva do Brasil, atravessando diversos momentos históricos e reafirmando a organização da população negra na luta contra o racismo. Agora, com o feriado nacional, ela escancara as estruturas que dividem nossa sociedade", afirmou.

A secretária da Sepromi também pontuou o papel do movimento negro como educador social. "Esta é uma oportunidade para recontarmos a verdadeira história do nosso povo, resgatando momentos como a Revolta dos Búzios e valorizando a capoeira como instrumento de resistência e educação. É uma vitória das organizações negras e um desafio para enfrentarmos o extremismo vigente no país", completou.

Patrice Lumumba

O presidente da Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen), Gilberto Leal, reiterou o caráter reflexivo da data. "Este não é um feriado para lazer, mas um momento de pensar na nossa luta e responsabilidade. Este ano, associamos o tema à luta pela paz na República Democrática do Congo, homenageando Patrice Lumumba. É um chamado à solidariedade internacional", declarou.

A marcha, organizada pela Conen, destacou como o Quilombo dos Palmares simboliza a resistência. "Palmares resistiu por quase 100 anos, derrotando mais de 30 expedições. Isso é um legado de luta que inspira a todos nós", enfatizou Leal.

Para o deputado estadual Hilton Coelho, a marcha representa a materialização de décadas de reivindicações do movimento negro. "Zumbi e Dandara são os verdadeiros heróis do Brasil. Este mês inteiro, chamado de Novembro Negro, é um marco de resistência e um alerta para os desafios ainda enfrentados, como o racismo estrutural e a violência policial", disse. Coelho lembrou que a Bahia lidera índices alarmantes de homicídios contra jovens negros, o que relacionou ao racismo estrutural.

‘Primeiro feriado’

Hamilton Assis, vereador eleito, destacou a relevância histórica do evento, que celebra o primeiro feriado nacional da Consciência Negra. “Isso só foi possível graças à luta incessante do povo negro, que construiu este país sem ter acesso à riqueza que produziu. A marcha é um marco de avanços, mas também um lembrete de que a liberdade plena ainda está por vir", declarou.

A marcha deste ano também foi palco de apresentações culturais. Artistas de reggae e hip-hop como Kamaphew Tawa e DJ Akani embalaram a multidão, reforçando a mensagem de resistência e unidade.

O percurso, além de reunir centenas de pessoas, resgatou memórias e atualizou demandas históricas. No trajeto, manifestantes homenagearam líderes da Revolta dos Búzios e da Revolta dos Malês, reafirmando a importância da educação e da cultura na luta por igualdade racial.

Angela Guimarães sintetizou o espírito do evento. "Marchas como esta são um legado vivo do movimento negro brasileiro, que segue educando, mobilizando e inspirando novas gerações".

O misto de celebração e luta tornou Salvador, mais uma vez, o epicentro da resistência negra no Brasil. A 45ª Marcha Zumbi e Dandara foi um lembrete de que a luta contra o racismo é contínua e a memória histórica é essencial para construir um país mais justo.

*Sob a supervisão da editora Isabel Villela.

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