PROTESTO
Trabalhadores protestam na Ribeira contra retirada de mesas e cadeiras das calçadas
A retirada dos equipamentos tem gerado um grande mal-estar entre os moradores e trabalhadores da Ribeira
Na tarde desta quarta-feira, 06, um grupo de proprietários de bares, restaurantes e trabalhadores da orla da Ribeira se reuniram em protesto contra a retirada de mesas e cadeiras das calçadas do bairro. A medida foi tomada após uma recomendação do Ministério Público da Bahia (MP-BA) à Prefeitura de Salvador, que orienta uma fiscalização mais rigorosa nos estabelecimentos da cidade para combater a ocupação irregular das calçadas, especialmente no que tange à mobilidade urbana e acessibilidade.
A recomendação foi formalizada em um documento enviado ao prefeito Bruno Reis, ao secretário de Ordem Pública, Alexandre Tinôco, e ao secretário de Desenvolvimento Urbano, João Xavier. A ação visa, principalmente, garantir que as calçadas sejam acessíveis a todos, incluindo cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.
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Durante o protesto, Dário Fagundes, proprietário do restaurante Gostos Do Mar, conversou com exclusividade com o Portal A Tarde e compartilhou suas dificuldades e preocupações com a medida. Ele ressaltou o impacto negativo da retirada das mesas para o movimento local e a economia do bairro.
"O motivo do nosso protesto é que, no dia 18 de outubro, a prefeitura de Salvador, junto com a Semop e o Ministério Público, estiveram aqui e proibiram as nossas mesas. Tiraram as nossas mesas. Então, o que acontece? Aqui na Ribeira, um polo de emprego, muitas famílias sobrevivem dos empregos aqui na Ribeira, e estamos sempre com condições de manter alguns funcionários. Eu, no meu caso, infelizmente já tive que suspender quatro contratos com quatro pessoas que estão sem trabalhar, assim como outros colegas também tiveram", disse.
Como você pode ver, a Ribeira está deserta, nossos clientes sumiram, porque nossos clientes preferem ficar na orla. Eles não querem ficar lá dentro. Então, depois de ter tirado nossas mesas e cadeiras, nosso movimento caiu 80%. Estamos com mercadoria parada. Aí, faço um apelo para que as autoridades tomem providências, procurem a gente para a gente conversar em boas condições, pois estamos aqui para chegar a um acordo com as autoridades", completou.
O protesto também contou com a presença de Edla Lima, funcionária do restaurante Veleiros, que também se manifestou sobre os impactos negativos da medida. Segundo ela, a falta de mesas e cadeiras tem levado à queda no movimento e gerado riscos para a segurança dos transeuntes.
"Meu nome é Edila, Edila Lima, sou trabalhadora aqui do restaurante Veleiros, na Ribeira. E assim, o que está acontecendo? Foram retiradas as mesas aqui da Avenida Beira Mar, onde ficamos sem movimento. Todo mundo aqui, ó, você vê que não tem, não existe mais movimento e até é um risco para quem passa. Por quê? Porque se passa um motoqueiro aqui, pode assaltar, pode levar. E a prefeitura tem tanta coisa para fazer. Olha isso aqui. Isso aqui é falta de manutenção da prefeitura. Se você olhar essa rampa aqui, um cadeirante, um idoso descer."
A retirada das mesas e cadeiras tem gerado um grande mal-estar entre os moradores e trabalhadores da Ribeira, que temem o impacto econômico da medida para o comércio local e para as famílias que dependem desses empregos. O protesto visa chamar a atenção das autoridades para a situação, na esperança de uma solução que considere tanto a necessidade de garantir acessibilidade quanto a manutenção das condições de trabalho na região.
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