IMPACTOS
Aumento dos casos de dengue está associado às mudanças climáticas
O Brasil tem 391 mortes confirmadas por dengue até esta segunda-feira, 11
Por Da Redação
O aumento dos casos de dengue estão associados às mudanças climáticas, é o que aponta a campanha “A ancestralidade nos une em defesa da Casa Comum”, da Cáritas Brasileira Regional Nordeste 3 - Bahia e Sergipe e Norte 2 – Pará e Amapá), Cáritas Honduras e Colômbia, com o apoio da Cáritas Alemanha e Ministério Alemão para Cooperação e Desenvolvimento (BMZ).
Segundo a ação, que tem objetivo de mostrar diante dos impactos das mudanças climáticas como os Povos e Comunidades Tradicionais (PCT’s) são fundamentais no processo de preservação do meio ambiente, a proliferação do mosquito é influenciada pelo aumento das temperaturas e da umidade.
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“O transmissor da dengue é um mosquito e ele precisa de características climáticas que sejam favoráveis à reprodução. O que é favorável à reprodução do mosquito é a umidade, o acúmulo de poças e a água parada. As mudanças climáticas, muito por conta do aquecimento global, provocam a mudança dos períodos de chuva, aumento da temperatura e consequentemente da umidade”, explica Aniele Silveira, agroecóloga e assessora da Cáritas Brasileira, entidade promotora da campanha de enfrentamento às mudanças climáticas.
As chuvas de verão foram determinantes para a antecipação do período de maior inidência dos casos de dengue, que geralmente são nos meses de março e abril. “Por conta do aquecimento global, estamos sofrendo com a mudança do calendário das épocas de chuva de verão. Antes, as chuvas eram condensadas em uma época. Elas não eram durante todo o verão. Elas tinham um período específico, constante. Por isso, existia a reprodução dos mosquitos nessa época de março e abril, que era a época certa das chuvas”, diz a agroecóloga.
Prevenção e controle
Segundo Silveira, além das atitudes individuais da população como a limpeza do quintal, evitar o acúmulo de água parada em pratos de plantas, vasos e pneus, é preciso também envolver Governos e empresas. “A causa principal das mudanças climáticas está entre o desmatamento e as grandes indústrias emissoras de grandes quantidades de carbono. Eles afetam diretamente o aquecimento global e a diminuição da camada de ozônio”.
Por isso, o modelo de agricultura nacional é uma das coisas, que de acordo com a especialista, evitaria o desmatamento e as práticas danosas do setor ao meio ambiente. “A delimitação do crescimento do agro e as formas como se estabelece e se mantém devem ser revistas, porque a lei dos agrotóxicos, por exemplo, incentiva os agrotóxicos, incentiva a morte em massa de vários insetos, vários animais que mantém a cadeia alimentar, mantém o equilíbrio ecológico. Se a gente tem uma quantidade maior de sapos ou de moscas da fauna que é predadora do Aedes aegypti, a gente tem uma incidência menor desse vetor. Também existem medidas de saneamento básico que podem ser implementadas nos bairros onde tem uma incidência maior e aumento desses casos de dengue”, explica Aniele Silveira.
Ainda é preciso apoiar quem já naturalmente cuida do meio ambiente e contribui no enfrentamento às mudanças climáticas. “As comunidades tradicionais pelo modo como vivem asseguram que as florestas, a caatinga, a mata atlântica ainda estejam de pé. Temos que fazer com que essas pessoas, que inclusive estão em situação de vulnerabilidade socioambiental são as pessoas vulneráveis (tirar), sejam reconhecidas pelo papel de importância que tem dentro do movimento de frear o aquecimento global”, conclui Silveira.
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