Menu
Pesquisa
Pesquisa
Busca interna do iBahia
HOME > SAÚDE
Ouvir Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Facebook Compartilhar no X Compartilhar no Email

SAÚDE

Cirurgia plástica traz funcionalidade e autoestima para pacientes

Procedimento raro foi feito este ano em Salvador no pulso de uma paciente

Por Felipe Sena*

30/08/2023 - 8:51 h | Atualizada em 30/08/2023 - 12:13
Equipe médica responsável pela cirurgia
Equipe médica responsável pela cirurgia -

As cirurgias plásticas envolvem mais do que estética. Os procedimentos cirúrgicos reparadores podem ser realizados por necessidade e preservação da saúde do paciente, ao mesmo passo em que mantém ou resgatam a autoestima. Originalmente, as cirurgias plásticas surgiram com a função reparadora e atualmente têm tido índices crescentes.

Em 2019, o Brasil foi o país que mais realizou cirurgias plásticas no mundo. De acordo com a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica, entre 2008 e 2020, o aumento da procura por cirurgias plásticas, tanto estéticas, como reparadoras, foi de 184,6%. Neste ano, em Salvador, foi realizada uma cirurgia plástica reparadora rara e complexa, após retirada de um tumor benigno, mas “localmente agressivo”. O procedimento durou cerca de 9 horas e foi conduzida pelo cirurgião plástico Thomaz Menezes.

A paciente, Sônia dos Anjos, de 60 anos, que já está no processo de reabilitação pós-cirurgia, não imaginava que a dor discreta que sentia no punho poderia ser um tumor de células gigantes, que afeta o rádio distal, localizado na extremidade do antebraço. Ela recebeu o diagnóstico após uma consulta rotineira. “O clínico recomendou ir numa consulta com o especialista, para verificar. Nesse ínterim, tive uma dor mais aguda, fui para o atendimento de emergência e conduzida pelo oncologista clínico. Achei que fosse um cisto, mas fui encaminhada para a cirurgia”, explicou.

De acordo com Sônia, o oncologista explicou que para seu caso, teria que ser feita a ressecção óssea, que é a remoção do tumor, e em seguida seria feito o enxerto ósseo, quando uma parte do osso é retirada para ligar a outra em regiões distintas do corpo. Isso foi evidenciado após exame de imagem, biópsia e análise patológica. O procedimento teve a atuação de uma equipe multidisciplinar de profissionais como os cirurgiões plásticos: Thomaz Menezes, Franklin Mônaco, Antônio Lima; os cirurgiões de mão, César Dario, Tharcio Dourado e Rafael Ribeiro. Além do ortopedista oncológico, Rodrigo Martins.

Em entrevista ao Portal A TARDE, Thomaz Menezes explica que a cirurgia foi de alta complexidade e delicada. “Tivemos que retirar um segmento da fíbula [um dos ossos da perna], junto com um vaso sanguíneo. Existe um vaso sanguíneo que é responsável pela nutrição desse osso. Então foi feito um retalho microcirúrgico [enxerto vascularizado]. A gente leva o osso [da perna] para o antebraço e coloca no local afetado do osso do antebraço, [a osteossíntese]”, afirma o cirurgião plástico. Ainda segundo o especialista, antes do retalho microcirúrgico, foi feita a retirada do tumor, procedimento conhecido como reconstrução imediata.

Cirurgia após diagnóstico

Com 42 anos, Leonel Cerqueira, foi submetido a cirurgia plástica para reconstrução da mandíbula há um ano, depois da retirada de um tumor na região do pescoço, em 2018. Para o empresário, foi um momento de preocupação e mudança de estilo de vida. “Foi um baque para mim, tanto psicológico, quanto financeiro. Tive dificuldade, porque fiquei ingerindo alimentos pastosos e líquidos”, contou Leonel ao afirmar que teve que usar placa de titânio, para que não abrisse muito a região bucal e pudesse causar outra lesão mais grave.

O diagnóstico veio depois que o empresário ingeriu um alimento e fraturou a região. “Estava comendo um pão e fraturou a mandíbula. Liguei para a clínica que fazia manutenção do meu aparelho na época. No dia seguinte, me informaram que teria que fazer avaliação e foi analisado que tinha rachado a mandíbula”.

Assim como na cirurgia feita em Sônia, o cirurgião plástico Thomaz Menezes, usou o mesmo método de procedimento, o retalho microcirúrgico, que é feito com a ajuda de um microscópio, pela sua minuciosidade. No entanto, a retirada do tumor de Leonel foi feita por outro profissional, antes da cirurgia plástica.

Cirurgião Thomaz Menezes fez o mesmo procedimento em dois pacientes
Cirurgião Thomaz Menezes fez o mesmo procedimento em dois pacientes | Foto: Arquivo Pessoal

Por causa da pandemia, a avaliação médica teve que ser feita de forma virtual. “Foi feita uma impressão 3D, vimos o segmento do osso que precisava, como o osso iria se encaixar e isso facilitou retirá-lo da perna, a fíbula, trazendo-a para a mandíbula e juntando os vasos [das duas regiões], fazendo a vascularização”, explica o cirurgião.

Antes do procedimento cirúrgico, Leonel tinha receio de fazer várias atividades, como por exemplo andar na rua. “Fiquei de dois a três anos com a placa de titânio. Até hoje mastigo só de um lado, porque ainda não coloquei a prótese. Mas com a placa, eu não saia, tinha medo de tomar um tombo, cair e quebrar, ficava com muito receio de comer as coisas, não tinha segurança”, relata. “Antes, quando ele retirou o tumor e não reconstitui, ele tinha bastante dificuldade para se alimentar e dor na mandíbula”, diz Thomaz Menezes.

Benefícios da cirurgia plástica reparadora

Para Sônia, o procedimento só trouxe benefícios para sua vida e diz que se já vê melhoras no estágio pós-operatório. “Tive uma evolução muito boa, não tive intercorrência nenhuma na cirurgia, nem no pós-cirúrgico. Tenho melhorado a cada dia a condição do meu punho. Meus movimentos estão intactos, minha função motora está normal. Estou comendo, penteando o cabelo”, afirma com entusiasmo. Sônia foi submetida à cirurgia há um mês e está sendo acompanhada “rotineiramente por especialistas e fisioterapeutas, com exames e revisão clínica”.

Quando estava no estágio pós-cirúrgico, Leonel diz que precisou do auxílio do andador e depois andar de muleta, por causa da retirada do osso da perna, mas se sente melhor agora. “Frequento a academia, corro e faço tudo normalmente. Já estou providenciando para colocar a prótese e poder mastigar do lado que foi feita a cirurgia. Minha autoestima está normal. Estou praticamente vivendo normalmente como antes”. No entanto, de acordo com Thomaz Menezes, os cuidados necessários no pós-operatório são essenciais para garantir a recuperação bem-sucedida e o alcance de melhores resultados.

Sob supervisão da subeditora Brenda Ferreira.

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar no Whatsapp

Tags:

cirurgia plástica cirurgia rara Saúde

Cidadão Repórter

Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro

ACESSAR

Siga nossas redes

Siga nossas redes

Publicações Relacionadas

A tarde play
Equipe médica responsável pela cirurgia
Play

Botulismo na Bahia: o que se sabe sobre mortes e casos

Equipe médica responsável pela cirurgia
Play

Menina de 9 anos convive com a AME na luta por uma vida normal: "Supera Expectativas"

Equipe médica responsável pela cirurgia
Play

Veja quais são os riscos de fazer bifurcação da língua

Equipe médica responsável pela cirurgia
Play

Excesso de telas aumenta miopia na infância

x

Assine nossa newsletter e receba conteúdos especiais sobre a Bahia

Selecione abaixo temas de sua preferência e receba notificações personalizadas

BAHIA BBB 2024 CULTURA ECONOMIA ENTRETENIMENTO ESPORTES MUNICÍPIOS MÚSICA O CARRASCO POLÍTICA