Com baixa adesão em campanha contra a pólio, Prefeitura realiza Dia D

A imunização é a forma mais eficaz de proteger crianças, de 1 a 5 anos, contra a Poliomielite, doença que causa a paralisia infantil. No entanto, a busca pela vacina ainda é baixa na capital baiana. Até o momento, de acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), pouco mais de 2,5 mil crianças foram imunizadas. O número corresponde a menos de 2% da estimativa de cobertura prevista pela campanha iniciada no dia 8 de agosto. A meta é vacinar mais de 152 mil crianças menores de 5 anos.

Segundo a coordenadora de imunização de Salvador, Doiane Lemos, a vacina contra a pólio é essencial para “manter a doença sob erradicada e evitar a reintrodução no país”. Apesar da baixa adesão, a coordenadora acredita que a realização do Dia D de vacinação neste sábado, 20, pode aumentar a participação da população.

“Temos praticamente duas semanas que iniciamos as estratégias na cidade e a busca pelos imunizantes ainda é bastante tímida. Nossa expectativa é que os pontos de imunização apresentem uma procura significativa”, destaca.

Conforme as informações da SMS, a estratégia vai contar com 125 pontos de vacinação em todas as regiões da cidade que vão disponibilizar os imunizantes. Há duas vacinas disponíveis no calendário de vacinação: a Vacina Pólio Oral (VPO), também conhecida como a vacina da gotinha, e a Vacina Inativada Pólio (VIP), administrada por via intramuscular.

Queda da cobertura vacinal

Para a médica infectologista Lorena Galvão, a queda da cobertura vacinal pode ter sido aumentada pela pandemia. “Temos visto uma queda que pode ser multifatorial. Com a pandemia, as pessoas ficaram mais reclusas e as atenções ficaram totalmente voltadas para o combate à covid-19. No entanto, é importante que a população continue atualizando a caderneta de vacinação. O Brasil é reconhecido mundialmente pelo programa de imunização. A vacina garante a segurança das crianças e evita que doenças que já foram eliminadas retornem”, aponta.

A infectologista explica que a Poliomielite é uma doença viral que pode provocar sequelas graves em crianças. “O vírus causa um quadro de infecções do sistema nervoso central e a paralisia dos membros inferiores. E a única forma de prevenção é através da vacina”.

Apesar da doença ter sido oficialmente eliminada do país em 1994, com o último caso registrado em 1989, a especialista alerta que a queda da vacinação pode ser um grande fator de risco. “O vírus não está mais circulando no Brasil, mas enquanto outros países tiverem casos, a doença pode voltar. Para que haja erradicação, os países precisam adotar medidas necessárias para aumentar a cobertura vacinal”, completa.

Campanha de Multivacinação

Além da campanha contra a pólio, 497 mil crianças e adolescentes com menos de 15 anos também são esperados nos postos para atualização da caderneta de vacinação. Neste caso, estarão disponíveis todas as vacinas do calendário básico voltado para o público, como Hepatites A e B, tríplice viral e tetra viral, Pneumonia, Meningite e Otite (Pneumocócica 10 valente), Rotavírus Humano, entre outras.

A Campanha de Vacinação contra Pólio e Multivacinação continua durante a semana nos postos de saúde da rede básica de Salvador. A oferta dos imunizantes ocorre de segunda a sexta-feira, exceto feriados, das 8h às 17h.