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COVID-19 reduziu a expectativa de vida global, diz estudo

Entre 2019 e 2021, a tendência histórica caiu devido às pessoas desenvolverem sequelas

Publicado terça-feira, 12 de março de 2024 às 20:37 h | Autor: Da Redação
Levantamento levou em conta o pico da pandemia, entre 2020 e 2021
Levantamento levou em conta o pico da pandemia, entre 2020 e 2021 -

A Covid-19 reduziu a expectativa de vida global em 1,6 anos, segundo aponta o Estudo da Carga Global de Doenças de 2021. O levantamento levou em conta o pico da pandemia, entre 2020 e 2021, quando a taxa de mortalidade estava elevada.

Antes da chegada da pandemia da Covid-19, a expectativa estava crescendo, passando de 49 anos em 1950 para mais de 73 anos em 2019. Entre 2019 e 2021, porém, a tendência histórica caiu devido às pessoas terem desenvolvido sequelas e ficaram mais sensíveis.

Segundo o professor assistente de ciências métricas de saúde na Universidade de Washington, em Seattle, Austin Schumacher, a pandemia teve um impacto tão profundo quanto qualquer outro evento negativo nos últimos 50 anos, incluindo conflitos e desastres naturais.

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Aproximadamente 16 milhões de pessoas morreram diretamente da Covid-19 ou dos seus efeitos, o que incluiu muitos atrasos na procura de cuidados de saúde. Os pesquisadores analisaram dados de 204 países e territórios, e surpreendentemente, apenas 32 deles conseguiram aumentar a esperança de vida entre 2019 e 2021. Entre eles estão a Austrália, Nova Zelândia, Japão, Islândia, Irlanda e Noruega e todos pertencentes ao grupo de rendimento elevado.

Segundo os autores do estudo, a pandemia resultou em um aumento na mortalidade global entre todas as pessoas com mais de 15 anos, com um aumento de 22% para os homens e 17% para as mulheres entre 2019 e 2021. No entanto, a mortalidade infantil diminuiu 7% no mesmo período, com meio milhão de mortes a menos em crianças menores de 5 anos em 2021 em comparação com 2019.

Apesar dos desafios enfrentados durante a pandemia, o progresso na redução da mortalidade infantil ao longo dos anos foi destacado pelo co-autor Hmwe Kyu, professor associado de ciências métricas de saúde da Universidade de Washington. Destacou que, apesar das terríveis perdas causadas pela pandemia, foram alcançados alguns avanços significativos desde 1950, por exemplo, a mortalidade infantil continuou a diminuir a nível mundial.

Embora haja progressos globais, existem disparidades nas taxas de mortalidade infantil entre regiões, sendo as taxas mais elevadas registradas no Sul da Ásia e na África Subsariana, mesmo após o ajuste para a mortalidade relacionada com a epidemia do VIH nestas regiões.

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