SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
CPF vai substituir Cartão do SUS: o que muda pra você?
Até 2026, CPF será o novo identificador dos usuários do SUS em processo de modernização

Por Andrêzza Moura

O Cartão Nacional de Saúde (CNS), usado por milhões de brasileiros para acessar serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), está de cara nova e com mudanças importantes. Isso porque o número do documento será substituído pelo nome completo e o CPF do cidadão.
O anúncio foi feito nessa terça-feira, 16, pelos Ministérios da Saúde e da Gestão e Inovação em Serviços Públicos. A ideia é transformar o CPF no principal identificador do usuário dentro do sistema público de saúde.
Unificação e tecnologia a serviço da saúde
A atualização faz parte de uma estratégia de modernização do SUS, com foco em unificar, limpar e integrar os dados de usuários. A estimativa é que 111 milhões de cadastros antigos sejam desativados até abril de 2026. Desde julho desse último, 54 milhões já foram suspensos.
"Não estamos deixando ninguém para trás. As pessoas que não têm CPF ainda vão continuar a ser atendidas. Não há sistema nacional de saúde público que tenha o volume, a diversidade e a complexidade dos dados que tem o SUS”, explicou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ao afirmar que ninguém ficará desamparado por conta das mudanças.
Limpeza na base de cadastros
O ministério iniciou um processo de higienização no CadSUS - a base de usuários do sistema - para eliminar cadastros duplicados, inconsistentes ou sem CPF. O número de registros caiu de 340 milhões para 286,8 milhões ativos. Desse total, 246 milhões já estão vinculados ao CPF e outros 40,8 milhões seguem em análise.
“Estamos dando um passo muito decisivo para uma revolução tecnológica no Sistema Único de Saúde. Não é simples o que estamos fazendo”, avalia Padilha, ao dizer que, ao criar o cartão de unificação, o sistema nacional de saúde pública inglês demorou 10 anos para conseguir implementar a ação".
Por que o CPF?
Segundo a pasta, com o CPF como identificador único, o acesso à saúde pública se torna mais simples e eficiente. Informações como histórico de vacinas, atendimentos e uso de medicamentos poderão ser integradas com mais facilidade, inclusive com dados da Receita Federal.
O objetivo é que o número total de usuários do SUS coincida com o número de CPFs ativos no país, que atualmente é de cerca de 228,9 milhões. A expectativa é que 11 milhões de cadastros sejam inativados todos os meses.
E quem não tem CPF
Segundo o governo, nenhum cidadão será excluído do atendimento. Para quem não possui CPF, será criado um cadastro temporário com validade de um ano. Isso se aplica, por exemplo, a casos de emergência em que o paciente não consegue informar o CPF.
“Após a alta ou regularização, é necessária a prova de vida e a inclusão do CPF”, destacou o Ministério da Saúde.
Populações que tradicionalmente não utilizam CPF, como indígenas, ribeirinhos e estrangeiros, seguirão identificadas pelo Cadastro Nacional de Saúde, que agora substitui oficialmente o nome “Cartão Nacional de Saúde”.
Essa mudança reforça que se trata de um "registro secundário e complementar", afirmou a pasta.
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Sistemas vão mudar até o fim de 2026
Para tornar tudo isso possível, os sistemas usados pelo SUS em estados e municípios também serão atualizados. A mudança começa pelos sistemas mais usados:
- Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS)
- Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM)
- Prontuário eletrônico da atenção primária
O calendário será construído em parceria com os conselhos de secretários estaduais e municipais de saúde (Conass e Conasems), com previsão de conclusão para dezembro de 2026.
Além disso, o CadSUS será integrado à Infraestrutura Nacional de Dados (IND), permitindo troca de informações com órgãos como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Cadastro Único, de forma segura e sem transferir toda a base de dados.
“A ação vai melhorar o monitoramento, combater o desperdício e fortalecer a gestão pública”, finalizou o ministério em nota oficial.
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