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Diagnóstico de hipertensão arterial é complexo e doença requer cuidado

51% das mortes por Acidente Vascular Cerebral (AVC) são causadas por hipertensão

Publicado sexta-feira, 26 de abril de 2024 às 07:00 h | Atualizado em 26/04/2024, 10:22 | Autor: Felipe Sena
Diagnóstico é feito a partir de medida depressão e consulta
Diagnóstico é feito a partir de medida depressão e consulta -

Nesta sexta-feira, 26, é celebrado o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial e alerta sobre a importância de acompanhamento médico e controlar a pressão. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 51% das mortes por Acidente Vascular Cerebral (AVC) são causadas por hipertensão, assim como 45% das mortes relacionadas a problemas cardíacos.

Jussara Portela, de 66 anos, foi diagnosticada com hipertensão arterial em 2011. No caso da economista, o que levou ao desenvolvimento da doença foi um gene da protrombina mutante, que resulta na formação aumentada de trombina e consequente coagulação exacerbada.

A economista diz que levou 14 anos para chegar o diagnóstico. “Fiquei sendo acompanhada por uma equipe médica e não descobria. Eu tive eventos de AVC e pressão sempre alta”.

Em entrevista ao Portal A TARDE, a cardiologista e coordenadora do serviço de Cardiologia do Hospital da Bahia, Marianna Dracoulakis explica que na maioria dos casos, a pessoa desenvolve a hipertensão ao longo da vida e existem fatores que agravam o aparecimento da doença, como no caso de Jussara, ou que tornam mais difícil ter o controle. “Entre eles, a obesidade, nível elevado de estresse, sedentarismo, consumo excessivo de sal”, diz a especialista.

Como é feito o diagnóstico

Quando a pessoa está com a pressão arterial 140×90 mmHg, já pode ser diagnosticada com hipertensão arterial, desde que em condições adequadas, como em um consultório. “A partir disso, fazemos uma correlação com a existência de outros fatores, como os de risco, caso da diabetes”, explica Marianna.

No entanto, a cardiologista pondera que uma pessoa pode estar com a pressão elevada e não ser diagnosticada com hipertensão arterial. Isso acontece “se a pessoa estiver em uma situação de estresse, ou numa atividade física intensa e aferir a pressão naquele momento”. De acordo com a especialista, a pressão arterial não é fixa, e varia conforme diversas situações.

Em caso do diagnóstico de hipertensão grave, “iniciamos com medicação, uma terapia mais forte, mas se for uma hipertensão leve, começamos com mudanças de estilo de vida, principalmente acrescentar a medicação se o paciente não corresponde às medidas iniciais”, explica a médica. 

Hábitos saudáveis

Mesmo após o diagnóstico, a economista Jussara continua trabalhando e mantém a mesma alimentação saudável de antes, apenas teve que retirar alguns itens da dieta. “Continuei ativa, mas mudou a alimentação, reduziu o sal, faço acompanhamento com medicação. Cheguei a tomar 13 remédios, mas hoje tomo apenas um”, relata.

Segundo a cardiologista, a hipertensão não é ocasionada por um fator isolado, além de ser uma doença crônica, mas que com hábitos saudáveis, pode ser controlada. “Se tornar fisicamente ativa, melhorar a alimentação, melhorar a qualidade de sono, reduzir o estresse, retirar o sal, controle do consumo de álcool”, afirma a cardiologista.

Para o nutricionista Bryan Stolze é necessário evitar alimentos ricos em gordura para prevenção da hipertensão arterial ou cuidado após diagnóstico. “Com menos alimentos processados, industrializados, embutidos, ricos em gordura, fritos, com adição de sal e sódio em grandes quantidades, ricos em carboidratos refinados, como açúcares”, cita Stolze.

O nutricionista diz que também é importante se atentar aos alimentos adquiridos nas compras no supermercado. “Os alimentos in natura, como as frutas e os vegetais, vão ajudar no controle da pressão arterial. Também é importante no momento de preparo, evitar fritura por imersão, utilização de muitos óleos, gorduras, para fazer o preparo do alimento, e ter o controle de adição de sal”, explica.

Já os exercícios físicos “vão fazer o efeito de relaxamento nos vasos sanguíneos e melhorando essa pressão por causa da ação dos hormônios que são produzidos após, durante e depois da prática da atividade física”, diz o nutricionista. Com hábitos saudáveis, a doença que atinge diversas pessoas, pode ser controlada, ajudando em um estilo de vida longe do sedentarismo. “Fazendo o acompanhamento, a pessoa vai sempre ter uma alimentação saudável e isso não vai empatar nada”, relembra Jussara.

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