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SAÚDE

Inibir automedicação é objetivo de campanha de abrangência nacional

O uso indevido ou mal uso de medicamento pode causar morte

Por Madson Souza

05/05/2024 - 9:59 h
Alerta Cerca de 90% das pessoas no país se automedicam, conforme estudo do ICTQ feito em 2022
Alerta Cerca de 90% das pessoas no país se automedicam, conforme estudo do ICTQ feito em 2022 -

Oito de dez pessoas ouvidas pela reportagem de A TARDE assumiram tomar remédios sem recomendação médica. Com uma amostragem ainda maior, foi apontado que cerca de 90% das pessoas no país se automedicam conforme pesquisa do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), em parceria com o Datafolha, realizada em 2022. O assunto preocupa e é alvo de campanha no Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos hoje.

“Resistência de microrganismos aos antimicrobianos: CFF alerta para perigos desta epidemia silenciosa” é o tema das ações realizadas pelo Conselho Regional de Farmácia (CRF).

A resistência de microrganismos aos antimicrobianos, que tem como uma das causas o uso indiscriminado de medicamentos, é uma preocupação constante da Organização Mundial da Saúde (OMS). Um dos fatores para explicar esse agravamento no uso de remédios sem prescrição é a pandemia de Covid -19.

Na pandemia, o varejo farmacêutico experimentou um aumento sustentado nas vendas de antimicrobianos. O ápice de 228,3 milhões de unidades vendidas foi atingido em 2022 (38,53% de aumento em relação ao ano anterior).

“Ao mesmo tempo que temos um consumo excessivo do medicamento, também temos uma parcela expressiva da população sem acesso a uma assistência de saúde adequada. Por isso, ela faz uso automedicação que pode provocar sérios riscos e agravar a situação”, explicou o secretário-geral do CRF-BA, Francisco Pacheco.

O uso indevido ou mal uso de medicamento pode causar morte, segundo o presidente em exercício do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos (Sincofarba), Luiz Trindade.

Ele cita como exemplo pessoas que começam a tomar um remédio por indicação do médico e param quando os sintomas terminam - mesmo que haja indicação para que a rotina de doses dure mais tempo.

“Aí fica aquele aquele restinho do remédio que quando a pessoa sente aqueles sintomas de novo, vai lá e toma. Já numa outra dosagem, outro padrão de horário. Isso vai criando resistência ao remédio e diminui sua eficácia”, explica o especialista

Como conta o médico clínico e pneumologista Guilhardo Fontes, “as pessoas quando chegam pra gente, eles já se automedicam. Vai usando uma série de medicações e, como não surtiu efeito, procura o médico”.

Esse é o caso da estudante de psicologia Camila Bernardo. “Quando sinto que minha garganta vai inflamar, tomo logo um remédio. Tomo remédio pra dor de cabeça também, antigripal. Tenho estoque em casa”.

Guilhardo reforça que a prática não é recomendada. “Todo cuidado é pouco no uso de medicação e se deve usar sempre por orientação de um profissional”.

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Tags:

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