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SAÚDE

Janeiro Verde: saiba como prevenir o câncer de colo no útero e o HPV

Bahia lidera como estado da região Nordeste no número de novos casos de câncer no colo do útero

Por Azure Araujo

23/01/2025 - 7:00 h | Atualizada em 23/01/2025 - 7:19
São estimados 1.160 novos casos de câncer de colo do útero na Bahia no triênio de 2023 a 2025
São estimados 1.160 novos casos de câncer de colo do útero na Bahia no triênio de 2023 a 2025 -

Janeiro Verde é o mês de conscientização e prevenção do câncer de colo no útero, uma doença que é a terceira causa mais comum de tumores na região do colo uterino no Brasil, e que registra cerca de 17 mil novos por ano no país. Já na Bahia, no triênio de 2023 a 2025 são estimados 1.160 novos casos e 240 em Salvador, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA).

Com esses dados, a Bahia lidera como estado da região Nordeste o número de novos casos de câncer no colo do útero. De acordo com a Sociedade Internacional de Câncer Ginecológico, aproximadamente 99% de tumores de colo uterino está relacionado ao HPV (Papilomavírus Humano), uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), que pode ser prevenida com vacina, a depender do tipo do HPV.

Entre as maiores incidências de câncer no colo do útero se relacionam aos tipos 16 e 18 que totalizam em média 70% dos casos considerados de alto risco. Segundo a Dra. Nilma Antas Neves, vice-presidente da Comissão Nacional da Vacinas da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, “as vacinas são o modo de prevenção primária, são muito importantes. No Sistema único de Saúde (SUS) existe a vacina quadrivalente, que é uma vacina que protege para os tipos 6 e 11, causadores das verrugas genitais e os tipos 16 e 18, que é responsável pelas lesões pré-cancerosas e o câncer de colo de útero”.

Nilma Antas Neves, Prof(a). Titular de Ginecologia da UFBA e
vice-presidente da Comissão Nacional de Vacinas da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia
Nilma Antas Neves, Prof(a). Titular de Ginecologia da UFBA e vice-presidente da Comissão Nacional de Vacinas da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia | Foto: Reprodução

Atualmente, a vacina quadrivalente tem um esquema de duas doses e é disponibilizada no SUS para crianças entre os 9 e 14 anos. Ainda de acordo com a ginecologista, “em algumas cidades e estados, estão conseguindo vacinar até os 19 anos, mas isso pode ter uma variação no Brasil, mas já estão vacinando meninos e meninas até 19 anos com apenas uma dose”. Usuários e usuárias da Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP), também têm direito ao esquema vacinal contra o HPV, por meio do SUS.

Leia mais:

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Outra vacina disponível, mas de forma privada, é a nonavalente. “Amplia a proteção contra a infecção, contra o câncer, e lesões pré-malignas relacionadas ao vírus, em relação à vacina quadrivalente, de 70% para 90% no que se refere ao câncer de colo no útero”, explica Marcella Salvadori, oncologista clínica com foco em tumores ginecológicos.

Dra. Marcella Salvadori, oncologista clínica com foco em tumores ginecológicos da Clínica AMO
Dra. Marcella Salvadori, oncologista clínica com foco em tumores ginecológicos da Clínica AMO | Foto: Reprodução

Na proteção secundária, a ginecologista Nilma Neves, alerta para a realização de exames preventivos, citologia, teste de DNA, HPV, coposcopia e biópsia. “É importante que todas as mulheres fiquem atentas que todos os anos elas devem ir ao médico, ginecologista, ou da família para fazer um exame local”, comenta a médica, que também aponta para a necessidade de conversa com um especialista que possa examinar e verificar possíveis alterações em exames ginecológicos mais simples, mesmo sem coleta de material, em mulheres e pessoas com útero.

“Atualmente, pelo SUS, é recomendado que se comece a fazer essa triagem com a citologia a partir dos 25 anos, indo até os 64 anos de idade. E a periodicidade é que você faça dois exames anuais, um exame, no próximo ano repete um outro exame. Se elas derem normais, aí pode passar para três anos”, acrescenta a ginecologista.

Já na prevenção terciária, é considerado o tratamento dos tumores de colo uterino. ”Em estágios iniciais, a cirurgia é o tratamento curativo. Na doença mais avançada utilizamos a quimioterapia e radioterapia e, mais recentemente, tivemos a adição de imunoterapia, que é uma tecnologia diferente e que estimula, a partir dessas medicações, a própria imunidade a combater as células tumorais”, exemplifica a oncologista Marcella Salvadori.

A empresária Carolina Sales, de 48 anos, foi diagnosticada com câncer de colo de útero aos 43 anos, após apresentar primeiramente corrimentos e depois sangramentos constantes, também após relações sexuais. A empresária não tomou nenhuma das vacinas disponíveis contra o HPV e realiza desde 2021 o tratamento contra o tumor de colo uterino.

Carolina Sales, paciente em tratamento contra câncer de colo no útero desde 2021
Carolina Sales, paciente em tratamento contra câncer de colo no útero desde 2021 | Foto: Reprodução

Ao passar por muitos procedimentos como quimioterapia, radioterapia e braquiterapia, ela lamenta por não ter se prevenido. “Na minha vida o que mudou é que aprendi que independente do trabalho, da correria do dia a dia precisamos buscar nos cuidar”, desabafa Carolina Sales que permanece em tratamento com imunoterapia.

Novas tecnologias para prevenção do câncer de colo no útero também têm sido adotadas, como é o caso do teste DNA do HPV, que segundo a ginecologista Nilma Neves, é um teste PCR para detectar o DNA do HPV no local do colo uterino. Esse teste é mais sensível e teve uma eficácia melhor em detectar essas lesões em todo o mundo já há muitos anos.

De acordo ainda com a ginecologista, o teste já foi aprovado pelo Ministério da Saúde e pelo INCA e já é realizado em outros países com aprovação da Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, a expectativa é de que se consiga introduzir o teste de DNA do HPV a partir do segundo semestre de 2025.

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Tags:

câncer de colo do útero hpv inovação prevenção tecnologia Vacinação

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