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SAÚDE

Tratamentos hormonais sem comprovação científica acendem alerta

Soluções como "chip da beleza" foram criadas sem registros pela Anvisa

Por Redação

18/01/2025 - 12:03 h
Um implante que ganhou fama como “chip da beleza” e costuma ser comercializado e aplicado na própria clínica
Um implante que ganhou fama como “chip da beleza” e costuma ser comercializado e aplicado na própria clínica -

Nos últimos anos, a popularização da internet e das redes sociais criou uma bolha específica: médicos que oferecem tratamentos, sem respaldos científicos, para promessas como aumento de energia, emagrecimento rápido ou até retardação do envelhecimento. Esses profissionais conquistam milhares de seguidores propagando métodos e substâncias que alegam ser milagrosas, mas que carecem de comprovação científica.

A atuação desses médicos levanta questões sobre a ética e a responsabilidade dentro da profissão. A comunidade científica alerta para os riscos dessas práticas, destacando a importância de um tratamento médico baseado em evidências e no acompanhamento profissional adequado, como afirma o Dr. Raymundo Paraná, médico hepatologista e professor titular da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

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“Trazer a público e democratizar a informação sobre o grande número de toxicidade por esses modismos que têm chegado através das redes sociais e tem adoecido as pessoas, mas nas redes sociais não aparece o adoecimento só aparece o outro lado. Então é muito importante fazer esse trabalho e tomei pra mim essa responsabilidade. Essa é uma forma de educação no sentido anglo-saxônico da palavra, educação significa passar a boa informação. O que as pessoas vão fazer com a boa informação ou não são problemas das pessoas, mas todo médico tem obrigação de passar uma boa informação e todo médico tem a obrigação de se posicionar quando ele observa uma má informação”, diz o médico.

Em meio à febre de hormônios, surgiu uma solução prometida por médicos que atende pelos nomes de “modulação hormonal”, “medicina antiaging” ou mesmo “reposição hormonal”, um termo sério que está sendo deturpado. Na maioria dos casos, a fórmula não é vendida em drogarias tradicionais, não tem bula nem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

É um implante que ganhou fama como “chip da beleza” e costuma ser comercializado e aplicado na própria clínica, por preços que ultrapassam milhões. É um negócio que funciona como um esquema quase de pirâmide, porque os médicos que aprendem os protocolos hormonais — em cursos pela internet, às vezes dados pelas próprias farmácias — passam a ensinar a prática a outros médicos, que vendem mais implantes nas redes.

Não havia uma fiscalização correta, até que a Anvisa proibiu a venda de qualquer tipo de implante manipulado em outubro de 2024. O pedido de suspensão vinha amparado por mais de 30 sociedades médicas, todas preocupadas com a normalização de uma ideia que carece de segurança e eficácia comprovada.

O que receitam às mulheres

Gestrinona

Era indicada para a endometriose, mas caiu em desuso e deixou de ser vendida nas farmácias em 2014. Além de interromper a menstruação, é anabolizante tem sido prescrita em implantes com fins terapêuticos.

Estradiol

Um hormônio feminino indicado contra a deficiência de estrogênio. É o caso, por exemplo, de quem removeu o útero ou de quem está na menopausa. O uso é refinado: em excesso, pode causar aumento de peso e sangramentos.

Ocitocina

Não é um hormônio sexual, mas começou a ser incluída sem evidências em implantes para “promover bem-estar”. Na prática, a ocitocina é usada apenas para estimular o parto e a amamentação. Pode levar a complicações graves se mal usada.

Estradiol

Um hormônio feminino indicado contra a deficiência de estrogênio. É o caso, por exemplo, de quem removeu o útero ou de quem está na menopausa. O uso é refinado: em excesso, pode causar aumento de peso e sangramentos.

Progesterona

É empregada de maneira séria na reposição hormonal e como anticoncepcional. O único implante aprovado pela Anvisa, com eficácia e segurança avaliadas pelo órgão, é feito a base dela com finalidade contraceptiva.

O chip da discórdia

Anvisa é responsável por regulamentar medicamentos
Anvisa é responsável por regulamentar medicamentos | Foto: Divulgação / Anvisa

Os implantes manipulados conquistaram espaço no mercado por causa de uma lacuna regulatória, afirma a reportagem da Veja Saúde. A legislação permite que farmácias de manipulação fabriquem medicamentos a partir de compostos que já tenham sido registrados na Anvisa, desde que não estejam suspensos.

No caso de substâncias como a gestrinona, por exemplo, o registro apenas expirou e não houve interesse por parte da indústria farmacêutica em renová-lo. O mesmo ocorre com a oxandrolona, ​​um anabolizante bastante procurado na internet. No entanto, a produção desses medicamentos não segue os mesmos processos rigorosos de controle da indústria farmacêutica.

Além disso, a dinâmica do mercado de medicamentos manipulados tem sido invertida. Em vez da indústria farmacêutica ditar as prescrições, são as farmácias de manipulação que orientam os médicos sobre como e o que prescrever.

Para tentar regular esse mercado, a Anvisa publicou uma resolução que inicialmente proibiu a prescrição de implantes manipulados, mas posteriormente flexibilizou a medida, restringindo a proibição apenas a usos estéticos e à propaganda. A agência também solicitou o termo de consentimento esclarecido do paciente, a retenção da receita médica e a notificação das vendas.

Apesar dessas mudanças, especialistas apontam que ainda existem brechas para prescrições indevidas. A Associação Nacional dos Farmacêuticos Magistrais, responsável pelo setor, defende que as atividades de manipulação são regulamentadas pela Anvisa e seguem boas práticas de preparação, destacando que a via de administração dos implantes é reconhecida pelo órgão regulatório, sendo considerada uma “forma farmacêutica sólida estéril contendo um ou mais princípios ativos”.

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Tags:

Chip da beleza febre dos hormônios tratamento hormonal tratamento sem comprovação científica

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