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40 ANOS

“O Axé Music cruzou fronteiras”, enaltece Margareth Menezes

Exposição ‘Axé: A Força Sonora e Visual de um Movimento’ homenageia movimento musical na Caixa Cultural Salvador

Por Edvaldo Sales

18/01/2025 - 7:00 h
Margareth Menezes, ministra da Cultura
Margareth Menezes, ministra da Cultura -

A exposição ‘Axé: A Força Sonora e Visual de um Movimento’, que celebra as quatro décadas de um dos movimentos musicais mais emblemáticos do Brasil, fica em cartaz na Caixa Cultural Salvador até o dia 16 de março de 2025. A exibição reúne peças históricas e oferece uma imersão na trajetória da Axé Music através de itens icônicos, interatividade e experiências digitais.

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A Axé Music nasceu na Bahia nos anos 1980, misturando samba-reggae, merengue e outras influências, e rapidamente se tornou um dos fenômenos musicais do Brasil, conquistando também o cenário internacional. Entre as peças em exibição, estão desde figurinos históricos de Margareth Menezes, ministra da Cultura, à famosa moto de Durval Lélys, que se tornou um ícone das apresentações no Carnaval de Salvador. A exposição também inclui capas de discos, figurinos e instrumentos utilizados por artistas que foram fundamentais para a popularização do gênero.

Para Margareth, é emocionante ser uma das homenageadas. “Porque fiz parte dessa construção. Quando a gente fala desses 40 anos, falamos também do trabalho de uma geração, e que não foi nada combinado. Na verdade, foi um movimento, uma oportunidade que nós tivemos naquele momento de fortalecimento de vários aspectos. Nós estávamos com toda a influência do movimento tropicalista, que veio antes de nós. Tínhamos também Os Novos Baianos e a chegada do trio elétrico como uma potência diferenciada para festa de rua”, disse a gestora em coletiva de imprensa realizada nessa sexta-feira, 17.

A ministra pontuou que o que se festeja nos 40 anos do Axé Music não é apenas uma música ou um ritmo. “Tem todo um comportamento, tem uma influência muito grande da nossa afro ancestralidade. E também uma luta por reconhecimento da participação dos artistas negros para essa efetivação”, ressaltou.

[...] O Axé Music cruzou fronteiras com as suas influências dinâmicas de toques. Eu tenho falado sobre isso nessa dimensão para a gente entender que tamanho é que compõem esses 40 anos.
Margareth Menezes - ministra da Cultura

Na oportunidade, a artista listou dois dos momentos mais marcantes da sua trajetória dentro dessas quatro décadas. “Eu tive alguns momentos que, para mim, foram muito importantes e emocionantes. Eu posso citar o resgate das fantasias com o bloco Os Mascarados, que transformou a quinta-feira de carnaval em Salvador. E também o movimento Afropopbrasileiro, quando eu trouxe os seis blocos afro para desfilar comigo na Barra. Isso também foi um movimento continuado. Foram momentos muito emocionantes que eu pude conviver e trabalhar”, completou.

Curadoria

Margareth Menezes e Jonga Cunha, músico e produtor cultural
Margareth Menezes e Jonga Cunha, músico e produtor cultural | Foto: Olga Leiria | Ag. A TARDE

A curadoria do projeto é assinada por Jonga Cunha, músico e produtor cultural, conhecido por seu trabalho na preservação e promoção da cultura musical baiana. Em entrevista ao Portal A TARDE, ele afirmou que o axé foi o maior movimento dos últimos dois séculos na música contemporânea do Brasil. “É um movimento socioeconômico cultural, não é só música e não é só cultura, é um jeito do baiano fazer festa e se comportar”, iniciou.

Jonga enfatizou que a exposição é muito importante “porque é preciso celebrar o maior movimento de todos, e a gente aproveita e homenageia também dois ícones desse movimento que é a WR, que é o estúdio de gravação que permitiu o surgimento do axé. Ele vem por causa disso. E também Pedrinho da Rocha, que é um designer e ilustrador que viveu desde o momento zero pintando o trio e veio evoluindo na sua carreira junto com a evolução das coisas do Axé”.

O curador aproveitou para opinar sobre a atual situação do axé e os comentários de que o gênero está morrendo. “Eu acho até que o axé já passou, o movimento, e o que existe hoje é uma música pós-axé na Bahia, fortíssima e moderníssima. Como sempre, a Bahia continua na ponta, mas eu considero hoje um pós-axé, com Àttooxxá, BaianaSystem e mais. Só que os ícones desse gênero, como Ivete Sangalo, Daniela Mercury e outros, continuam fazendo muito sucesso. [...] O movimento eu acho que já passou, a música baiana jamais passará, é a música mais forte do Brasil”, opinou.

Exposição ‘Axé: A Força Sonora e Visual de um Movimento’,
Exposição ‘Axé: A Força Sonora e Visual de um Movimento’, | Foto: Divulgação

Para o idealizador da exposição, Nenel Rebouças, o axé não tem começo, meio, nem fim. Ao Portal, ele destacou que o gênero já existia. “Nós descobrimos ele e ele vai continuar existindo. Existem hoje diversos artistas baianos que são influenciados e inspirados pelo Axé Music e que fazem música da Bahia. Não tem uma fronteira entre a música da Bahia e o axé. A gente não consegue dizer o que é axé e o que é música da Bahia porque o axé gera, naturalmente, uma interferência em toda a música baiana”, avaliou.

Para o profissional, o gênero está mais vivo do que nunca e afirmou não acreditar que ele vai morrer ou está morrendo. “Nós estamos celebrando no Brasil inteiro os 40 anos de Axé Music, é um movimento muito grandioso, com todo o respeito aos outros ritmos sonoros do Brasil. O Brasil é um país continental, mas o axé foi o maior em densidade, em tamanho e em proeminência internacional. É muito mais do que só um som.

O axé é uma forma de viver, é o sorriso do baiano, é receber as pessoas com o coração aberto, é esse dendê no sangue que a gente tem, que só quem nasce na Bahia ou vem para Bahia e é recebido com sorrisos em todos os lugares consegue entender.
Jonga Cunha - músico e produtor cultural

Como surgiu a exposição

Margareth Menezes e Jonga Cunha, músico e produtor cultural
Margareth Menezes e Jonga Cunha, músico e produtor cultural | Foto: Olga Leiria | Ag. A TARDE

Nenel Rebouças também detalhou como surgiu a ideia de celebrar os 40 anos do axé. Ele contou que, ao lado do seu parceiro, Filipe Ratz, pensou, inicialmente, em homenagear o gênero com shows, mas depois de uma conversa com Jonga Cunha, eles chegaram à conclusão de que uma exposição seria a melhor maneira de fazer essa homenagem. “[Jonga] é um dos poucos empresários que também são músicos de axé e que estava dos dois lados do jogo”, disse. O curador deu a ideia de fazer algo diferente. “Ele disse ‘vamos fazer algo diferente, buscar algo que as pessoas entendam e possam ver fatos, ver histórias’. Disso nasce a ideia de uma exposição”, continuou.

Nenel também destacou a importância de Pedrinho da Rocha, artista visual que foi responsável por muitas das capas de discos e peças publicitárias que marcaram o gênero — e que também é um dos homenageados —, no projeto. “Ele criou tudo o que a gente viu do axé, todas as marcas, as capas de discos, os abadás e as mortalhas. Essa evolução visual e da percepção que o axé é muito mais do que só uma música foi originária, em grande parte, de Pedrinho”, detalhou.

Ele também enalteceu Wesley Rangel, fundador do estúdio WR, e que também é um dos homenageados da exposição. “Se Pedrinho criou a imagem, Wesley criou o som. Ele possibilitou que as coisas fossem gravadas, que a música que vinha das ruas pudessem ir para um LP, para um disco e, através do disco, chegasse nas gravadoras e nas rádios. E assim a nossa música saísse das ruas para os ouvidos das pessoas”, contou.

“A gente construiu a exposição trazendo um pouco de várias histórias. O axé é isso, não é algo individual, é um movimento colaborativo. [...] Essa é uma exposição feita para tocar os corações, para fazer as pessoas que viveram essa experiência se lembrarem da felicidade e do amor. E para pessoas que não viveram passarem a entender o que o movimento axé”, finalizou.

Experiências Interativas

Além do acervo histórico, a mostra oferece uma série de experiências interativas.. Uma das principais atrações é o Palco Experiência, onde os visitantes poderão participar de uma simulação de passagem de som, utilizando bateria, teclado e percussão, para recriar o ambiente de estúdio e ensaio de uma banda de Axé.

Para o público jovem, a atividade Cores da Infância traz uma oportunidade lúdica de interação, permitindo que as crianças e adolescentes possam colorir layouts criados por Pedrinho da Rocha.

Já no espaço Você com seu Ídolo, um painel especial cedido por Pedrinho da Rocha exibe os rostos de grandes ícones do axé. O público poderá inserir seus próprios rostos no cenário e levar para casa uma foto digital, criando uma conexão única com seus artistas favoritos.

Outra atração de destaque é o Acervo de Sons, uma ferramenta digital interativa que oferece uma seleção das músicas icônicas gravadas no estúdio WR, onde muitos dos primeiros sucessos do axé foram produzidos. Os visitantes poderão explorar esse acervo e ouvir as raízes sonoras do movimento.

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40 anos axé music Axé: A Força Sonora e Visual de um Movimento Filipe Ratz Jonga Cunha Margareth Menezes Nenel Rebouças Pedrinho da Rocha Wesley Rangel

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