Menu
Pesquisa
Pesquisa
Busca interna do iBahia
HOME > SAÚDE
Ouvir Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Facebook Compartilhar no X Compartilhar no Email

SAÚDE

Medicamento contra HIV querido por homens gays pode ser usado por mulheres

Criadora de conteúdo adulto, Andressa Urach alertou a importância do uso do medicamento

Por Victoria Isabel

03/07/2025 - 12:54 h
PrEP (Profilaxia Pré-Exposição)
PrEP (Profilaxia Pré-Exposição) -

A influenciadora digital e criadora de conteúdo adulto Andressa Urach surpreendeu os seguidores nesta semana ao compartilhar em suas redes sociais que deu início ao uso da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), um medicamento fornecido gratuitamente pelo SUS para prevenir a infecção pelo HIV. A declaração chamou atenção por romper uma percepção equivocada: a de que a PrEP é um cuidado restrito aos homens que fazem parte da comunidade LGBTQIAPN+.

Embora o Brasil tenha mais de 122 mil usuários ativos da PrEP, apenas 8,8% são mulheres, sendo o uso mais prevalente entre homens gays, segundo dados do Ministério da Saúde de 2025.

Leia Também:

“Hoje eu vim ao posto de saúde aqui em Santo Amaro para buscar o meu PrEP. Para quem não conhece, é um remédio que o SUS fornece para evitar pegar HIV. E isso é incrível, por isso eu amo o SUS!”, disse Urach em um vídeo publicado em suas redes. A influenciadora reforçou ainda a importância da informação e da prevenção. “Enquanto uns falam, eu me cuido. Tô no SUS com a saúde em dia. Informação é poder, prevenção é atitude”, concluiu.

Desafios

Segundo o Relatório de Monitoramento de Profilaxias Pré e Pós-Exposição ao HIV 2023, o uso da PrEP cresceu 82,1% na Bahia e mais que dobrou em todo o Brasil no último ano, passando de cerca de 50 mil usuários em 2022 para mais de 107 mil em 2023. Salvador concentra 1.796 dos 3.642 usuários ativos na Bahia, sendo um dos polos de distribuição da profilaxia.

Apesar do avanço, o relatório revela que 84,5% dos usuários baianos da PrEP são homens cis gays ou bissexuais. Mulheres, especialmente heterossexuais, e adolescentes ainda são uma minoria entre os beneficiários da estratégia, o que aponta para uma necessidade urgente de ampliar o alcance da política.

"A PrEP consiste no uso regular de uma medicação indicada para pessoas com alto risco de exposição ao HIV. Qualquer pessoa que se enquadre nesse perfil pode, e deve, fazer uso da PrEP, independentemente do sexo ao nascimento, do gênero ou da identidade de gênero. Mulheres, inclusive, têm indicação para utilizá-la quando há risco aumentado de exposição", afirma o médico infectologista Victor Castro Lima, coordenador do serviço de Infectologia do Hospital Mater Dei Salvador.

"A grande questão é que a PrEP ainda é uma estratégia de prevenção muito pouco conhecida pela população em geral. Além disso, o estigma em torno do HIV persiste, com a falsa ideia de que apenas pessoas homossexuais estão em risco. Isso não é verdade. O que acontece é que determinados grupos têm mais acesso à informação e, consequentemente, ao uso da PrEP, enquanto outros, como muitas mulheres, acabam não utilizando por desconhecimento. É fundamental ampliar o acesso e o conhecimento sobre essa importante ferramenta de prevenção", reforça o especialista.

PrEP é para todos

A PrEP consiste na utilização diária de medicamentos antirretrovirais por pessoas não infectadas, mas expostas a alto risco de contaminação, como homens que fazem sexo com homens, pessoas trans, profissionais do sexo e usuários com múltiplos parceiros. Ela prepara o organismo para se defender em caso de contato com o vírus. As pessoas em PrEP fazem acompanhamento médico regular, com testes para HIV e outras ISTs.

Como funciona?

A PrEP usa dois medicamentos (tenofovir + entricitabina) que impedem o HIV de infectar o corpo. Existem duas formas de uso:

PrEP diária: tomada contínua dos comprimidos, indicada para pessoas em risco constante de exposição ao HIV.

PrEP sob demanda: tomada pontual, usada antes e depois da relação sexual. Indicada para quem tem relações sexuais menos frequentes (menos de duas vezes por semana) e consegue planejá-las. Essa modalidade é recomendada apenas para algumas populações específicas, como homens cisgêneros que fazem sexo com homens, pessoas não binárias designadas homens ao nascer, travestis e mulheres trans que não usam hormônios à base de estradiol.

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar no Whatsapp

Tags:

Andressa Urach HIV ISTs PrEP

Siga nossas redes

Siga nossas redes

Publicações Relacionadas

A tarde play
PrEP (Profilaxia Pré-Exposição)
Play

Covid 5 anos: profissionais de saúde relembram desafios da pandemia

PrEP (Profilaxia Pré-Exposição)
Play

Covid: a luta de uma mãe que sofre com sequelas da doença

PrEP (Profilaxia Pré-Exposição)
Play

Botulismo na Bahia: o que se sabe sobre mortes e casos

PrEP (Profilaxia Pré-Exposição)
Play

Menina de 9 anos convive com a AME na luta por uma vida normal: "Supera Expectativas"

x