CANETAS EMAGRECEDORAS
Mounjaro e Ozempic podem reduzir eficácia do anticoncepcional; entenda riscos
Endocrinologista explica como medicamentos podem aumentar as chances de gravidez
Por Victoria Isabel

O uso de medicamentos como Ozempic e Mounjaro, utilizados no tratamento da obesidade, pode comprometer a eficácia da pílula anticoncepcional. A informação foi divulgada recentemente pela Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde, do Reino Unido — órgão equivalente à Anvisa no Brasil. O alerta chama atenção para os riscos de gravidez não planejada entre mulheres que utilizam as chamadas "canetas emagrecedoras".
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O alerta vale para remédios como Mounjaro (tirzepatida), Wegovy , Ozempic , Rybelsus (semaglutida), Saxenda e Victoza (liraglutida), pertencentes à classe dos análogos do GLP-1 —ou seja, que têm forma semelhante aos hormônios naturais.
Em entrevista ao Portal A TARDE, a endocrinologista Camila Viecceli, do Hospital da Bahia, comentou sobre a possível interferência na eficácia da pílula e afirmou que duas situações podem influenciar.
"Ainda não temos estudos que demonstrem essa interferência de forma direta, porém, podem ocorrer duas situações que contribuam para maiores taxas de gestação neste contexto: primeiro, mulheres que perdem muito peso podem melhorar a fertilidade, principalmente aquelas portadoras de síndrome dos ovários policísticos. Em segundo lugar, efeitos colaterais como náuseas, vômitos e diarreia, podem prejudicar a absorção adequada dos anticoncepcionais orais".
Cuidados a serem tomados
Camila também explicou os principais cuidados que as mulheres devem ter ao utilizar esse tipo de medicamento. “Primeiramente, é importante lembrar que se trata de uma medicação voltada ao tratamento de diabetes, obesidade e sobrepeso, com indicação médica. Seu uso sem necessidade deve ser evitado”, afirma a médica.
A endocrinologista ressalta que as canetas devem ser armazenadas e administradas corretamente, e que os efeitos colaterais mais comuns devem ser monitorados com o apoio de um profissional da saúde.
A médica reforça que o uso exclusivo da pílula durante o tratamento com as canetas pode não ser suficiente: “Por si só, a pílula não é 100% segura e existe uma pequena taxa de falhas, mas quando associada aos medicamentos, deve-se ter cuidados adicionais. Caso a mulher apresente efeitos colaterais como náuseas, vômitos e diarreia, a eficácia da pílula oral poderá ficar prejudicada e é recomendado o uso de métodos adicionais para prevenir uma gestação indesejada".
Entre as alternativas mais seguras, especialmente para quem está usando o Mounjaro, estão métodos contraceptivos que não dependem do trato gastrointestinal para funcionar. Camila cita opções como DIUs (dispositivo intrauterino), implante hormonal, anticoncepcionais injetáveis, adesivos e o uso de preservativos.
“Lembrando que o ajuste do método anticoncepcional deverá ser sempre discutido entre médico e paciente”, finaliza a especialista.
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