SAÚDE
Outros 11 municípios baianos terão ‘Mais Médicos’ para atenção básica
Novo edital Programa alcança 85,1% dos municípios baianos com o atendimento de saúde à população do interior
Por Madson Souza
A Bahia vai ampliar o acesso à saúde básica em regiões com maior vulnerabilidade e inserir médicos em regiões mais distantes dos centros urbanos através do crescimento do Programa Mais Médicos (PMM), com o lançamento do novo edital. Mais 11 municípios vão ser implementados para a cobertura no Estado, gerando um total de 355 municípios incluídos na iniciativa, o que equivale a 85,1% de cobertura da Bahia - crescimento de 3,1%. Pacientes e agentes da área da saúde apontam que o desenvolvimento do PMM deve trazer um impacto positivo para a população.
O programa alcança hoje 344 municípios e com a expansão, fruto do novo edital anunciado pela Ministra da Saúde, Nísia Trindade, na última segunda-feira, vão ser disponibilizadas 246 novas vagas para 138 municípios, incluindo aqueles já atendidos pelo programa.
Além disso, há 149 supervisores distribuídos pelo território, apoiados por 13 tutores.
Outra novidade do edital é que, pela primeira vez na história do programa, será implementada a política de cotas, reservando 20% das vagas para grupos étnico-raciais e 9% para pessoas com deficiência.
Impacto na população
Após um exame de rotina ontem, em uma Unidade de Saúde Básica, a professora de educação infantil, Lijiane Jesus Sampaio, falou sobre a importância do programa em sua vida.
“É algo que vai beneficiar bastante. Saúde é prioridade. Os moradores necessitam de médicos capacitados próximos, porque nem todo mundo tem transporte pra ficar se locomovendo”.
Ela foi a pé com sua filha Kailane Sampaio, de 6 anos, que também foi examinada. O serviço possibilitou que a professora pegasse uma nova receita para seu remédio de diabetes. Para o médico do PMM, Marcus Costa, que atende na Unidade de Saúde da Família Noel Alves, no bairro de Portão, em Lauro de Freitas, a iniciativa pública foi importante para alterar um traço histórico do país.
“O atendimento médico de saúde no Brasil para a população geral historicamente sempre teve uma certa deficiência. Por uma falta de profissionais médicos para uma população que é mais carente e não tem acesso fácil às suas demandas na área de saúde. Com o lançamento do Mais Médicos, isso começou a mudar”, afirma.
‘Eu tenho um médico’
O coordenador do Programa Mais Médicos na Bahia, Adalto Binas, conta que já teve municípios com cobertura pública exclusiva só do programa.
“Em Lafaiete Coutinho chegamos a ter apenas profissionais do Programa”, comenta.
O coordenador reforça a importância da política para os municípios distantes dos centros urbanos e para possibilitar o acesso à saúde.
“O programa é importante para que cada pessoa tenha um médico. Para que a população possa dizer ‘eu tenho um médico’. Quanto mais aumentamos o número de profissionais, aumentamos também o número de pessoas assistidas”, explica Adalto Binas.
“Outra coisa que estamos fazendo é levar esses médicos para atender em regiões remotas, nas extremidades do estado. Para que essas populações tenham acesso a saúde e a um profissional que dê assistência médica de qualidade”, conclui.
Todos os médicos do Programa Mais Médicos atuam nas Unidades Básicas de Saúde, que é o espaço em que - como o nome indica - são feitos os atendimentos básicos de saúde.
“Prestamos atendimentos de clínica médica, atendimento voltados para hipertensão e diabetes. Também fazemos o pré-natal, planejamento familiar, preventivo. Temos uma sala para fazer curativos. Na nossa unidade há também atendimento odontológico. E antes dos atendimentos tem a triagem em que é verificado os sinais vitais, pressão e glicemia dos pacientes”, conta a coordenadora da Unidade de Saúde da Família Noel Alves Cruz, Edvaldina Reis.
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