RISCOS DE FUMAR
Uso de cigarro eletrônico aumenta risco de causar tabagismo
Hábito é responsável por 90% dos casos de câncer de pulmão
Por Da Redação
O cigarro eletrônico, ou "vape", é uma mania entre os jovens de grandes cidades, já que também proporciona formatos e modelos variados, com opções de aromas e sabores. O uso por adolescentes e adultos tem crescido em todo mundo, no entanto, a fabricação, importação, publicidade e comercialização dos Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs) são proibidas em todo território brasileiro, por meio de resolução da Anvisa.
“Muitas pessoas começam com o cigarro eletrônico e depois migram para o convencional, que é muito mais barato e acessível, já que o vape é proibido no país. Em alguns casos, a pessoa passa até mesmo a usar o cigarro convencional e o vape”, afirma a oncologista Clarissa Mathias, do NOB Oncoclínicas.
De acordo com dados do Covitel - Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia, um em cada cinco jovens brasileiros, de 18 a 24 anos, usa cigarros eletrônicos.
O cigarro eletrônico foi criado como uma alternativa ao cigarro de papel e uma suposta forma para apoiar a cessação do tabagismo, mas o que ocorre é exatamente o contrário. De acordo com o estudo “Risco de iniciação ao tabagismo com o uso de cigarros eletrônicos”, elaborado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) e publicado na Revista Ciência e Saúde Coletiva, o uso de cigarros eletrônicos aumenta em quase três vezes e meia o risco de experimentar o cigarro convencional, e em mais de quatro o risco de passar a fumar o cigarro.
De acordo com o instituto, o cigarro eletrônico pode ser tão prejudicial quanto o cigarro tradicional, pois combina nicotina com outras substâncias tóxicas e, além de doenças respiratórias graves, pode causar vários tipos de câncer e doenças cardiovasculares.
Além da nicotina, muitos produtos químicos têm sido adicionados junto com aromatizantes e conservantes, aditivos tóxicos, como álcool benzílico, benzaldeído, vanilina, acroleína, diacetil e substâncias psicoativas como o tetrahidrocanabinol, que, sozinhos, já podem causar inúmeros danos à saúde e dependência.
“Com as políticas públicas de controle do tabagismo, o Brasil conseguiu reduzir exponencialmente o número de fumantes, agora é preciso conscientizar a população sobre os riscos do uso desses dispositivos eletrônicos, caso contrário vamos retroceder a passos largos”, afirma Clarissa Mathias.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o cigarro é responsável por 25% de todas as mortes por câncer no mundo.
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