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BAHIA

Ritual de ancestralidade marca abertura da VIII Jornada de Agroecologia

Evento é gratuito e acontece até domingo, 2, com atividades o dia todo

Por Isabela Cardoso

30/01/2025 - 7:00 h
Grande Ritual dos Povos na Abertura da VIII Jornada de Agroecologia da Bahia
Grande Ritual dos Povos na Abertura da VIII Jornada de Agroecologia da Bahia -

A VIII Jornada de Agroecologia da Bahia teve sua abertura nesta quinta-feira, 29, no Parque de Exposições de Salvador, marcada por um ritual de força e ancestralidade. O evento recebeu com reverência os torés de diferentes etnias, que se entrelaçaram em cantos sagrados, celebrando a união nas lutas por terra, território, agroecologia popular e soberania.

>> Jornada Agroecológica reúne indígenas e população do campo

O encontro, organizado pela Teia dos Povos, é gratuito e acontece até domingo, 2, com atividades o dia todo. Realizadas desde 2012, as Jornadas de Agroecologia da Bahia reunem mestras e mestres indígenas, negros e camponeses, de comunidades do campo e da cidade. O tema norteador deste ano é “Aliança campo e cidade para o combate à fome e a pobreza”.

Outras duas atrações que serão permanentes no encontro são a Feira dos Povos, com venda de produtos, produções e artesanatos, e a Feira Literária, com um grande acervo de livros relacionado às lutas por terra e território. Durante as noites, a juventude dos campos e da cidade organizarão as “Culturais dos Povos”, com música, poesia e diversas apresentações da juventude da Teia dos Povos. O evento será concluído no dia 2 de fevereiro, com o Cortejo de Iemanjá e uma cerimônia de encerramento.

Em entrevista ao Portal A TARDE, Solange Brito, uma das coordenadoras do evento, descreveu o espaço como um lugar simbólico e produtivo para unir povos e fortalecer territórios.

“A gente conseguiu fazer essa unidade de povos, entre povos indígenas, quilombolas, povos de terreiros, povos de periferias, marisqueiras, pescadores e pescadores, graças a essa unidade que se chama Teia dos Povos. Nós prezamos, principalmente, por essa questão da terra, território e agroecologia. É nesse espaço que a gente consegue diversificar, que a gente consegue dar visibilidade a saberes próprios, que são saberes da diáspora africana, indígena, popular. A Jornada tem sido um espaço super importante nessa questão de fortalecimento e principalmente de mostrar para a sociedade que é possível uma unidade dos povos”, comenta Solange.

O evento conta com etnias Pataxó Hã-hã-hãe, Tupinambá, Fulkaxó, Fulni-ô, entre outras. Muitas caravanas chegaram pela primeira vez, como é o caso de Txá Fulni-ô, liderança indígena que trouxe 14 pessoas da aldeia de Águas Belas, em Pernambuco.

Povo Fulni-ô
Povo Fulni-ô | Foto: Isabela Cardoso | Ag. A TARDE

“Eu vim representando a caravana da nossa aldeia de Pernambuco, nosso povo Fulni-ô. É a primeira vez aqui dos meninos que são novos, que tão vindo. Para nós é importante porque tá divulgando a cultura cada vez mais, nós se juntando a outros povos originários, tudo nessa irmandade, vindo adquirir mais conhecimento também. Isso aqui é um ponto de conhecimento, de troca de saberes, fazer essa soma”, disse Txá.

Já o casal Bárbara Ramos e Nildo Nascimento, moradores do Quilombo Graciosa, em Valença, participam da Jornada desde 2018. Eles acreditam na força de uma luta unificada para trazer um resultado positivo para o país.

“A gente vem falando de uma luta que não é uma luta que a gente quer mas é uma luta que é necessária se fazer. A gente precisa estar na resistência e nada melhor do que estar na resistência junto com todos os povos. Eu acredito que os povos juntos pensam melhor, vão surgir novas ideias e formar uma grande corrente para que a gente alcance nosso objetivo. Esse que nada mais é do que defender o nosso território, defender o meio ambiente, defender o nosso meio de vida, que é a nossa luta pelo bem viver. Uma das coisas que está gritante é essa crise climática e a gente precisa nesse momento também estar juntos para que a gente pense nas estratégias de sobrevivência do nosso povo”, ressaltou Bárbara.

Além da participação ativa no movimento, o casal também trouxe o trabalho deles para apresentarem na feira: um livro infantil escrito por Bárbara, chamado “A Princesa Arani”. “Nós também estamos vindo aqui para mostrar um pouco do nosso trabalho e apresentar nosso livro. A gente, enquanto povos de comunidade tradicional, tem uma diversidade. Temos muitos outros livros”, completa Nildo.

Bárbara Ramos e Nildo Nascimento, moradores do Quilombo Graciosa, em Valença
Bárbara Ramos e Nildo Nascimento, moradores do Quilombo Graciosa, em Valença | Foto: Isabela Cardoso | Ag. A TARDE

O evento também conta com a presença de Ângela Mendes, atual presidente executiva do Comitê Chico Mendes, localizado no Acre.

“É muito especial também para mim porque eu acredito muito que é conectando, construindo redes, pontes e alianças que a gente avança frente a selvageria do capitalismo. É falar sobre agroecologia, falar também sobre o cuidado com a terra, cuidado uns com os outros. Eu acho que quando eu penso em agroecologia, a primeira palavra que me vem é essa, cuidado. É o momento de cuidar dos outros e cuidarmos do futuro”, completa Ângela.

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Tags:

agroecologia agroecologia popular camponeses comunidades do campo Povos Indígenas QUILOMBOLAS VIII Jornada de Agroecologia da Bahia

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