Atores de Hollywood se unem a roteiristas e anunciam greve dupla

O Sindicato de Atores de Hollywood, o Screen Actors Guild (SAG-AFTRA), anunciou nesta quinta-feira, 13, que se juntará à greve dos roteiristas, que já dura dois meses. Esta é a primeira greve do sindicato desde os anos 1960, quando Ronald Reagan, ator e então futuro presidente dos Estados Unidos, liderou uma ação que forçou os estúdios a aceitarem concessões.

O SAG-AFTRA, representante de cerca de 160 mil artistas, incluindo grandes estrelas de cinema, manifestou insatisfação com as negociações que não atenderam às suas demandas por aumentos salariais e pela ameaça representada pelo uso de Inteligência Artificial (IA) na produção de filmes e programas de televisão.

O sindicato está buscando um aumento salarial mínimo de 10% para seus membros, além de garantias de royalties pela utilização de suas imagens digitais. Há também preocupação em relação ao uso de IA para criar dublês e outros efeitos visuais, o que poderia resultar na perda de empregos para os atores.

Os estúdios de cinema e televisão rejeitaram as demandas do SAG-AFTRA, alegando que são muito elevadas e prejudiciais para a indústria. Além disso, afirmam não ter preocupação com o uso de IA, argumentando que é apenas uma ferramenta que pode aprimorar a qualidade dos filmes e programas de televisão.

A greve dos atores terá um impacto significativo na indústria de Hollywood, com suspensão ou atraso de diversas produções de filmes e programas de televisão, resultando em perda de empregos e receita. Essa paralisação também pode afetar negativamente a economia dos Estados Unidos, já que a indústria é uma das maiores do país.

Esta greve é a mais recente de uma série de paralisações na indústria de Hollywood nos últimos anos. Em 2007, os roteiristas fizeram uma greve de 100 dias, causando a suspensão de várias produções. Em 2011, os atores entraram em greve por 10 dias, o que também resultou em suspensões de alguns projetos.