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13/07/2024 às 9:00 - há XX semanas | Autor: Gabriel Gonçalves

DIA DO ROCK

Professores de música falam das alegrias e desafios de ensinar rock

Cada um dos profissionais ouvidos pelo Portal A TARDE adota uma metodologia, no entanto todos exibem uma trajetória de dedicação ao rock n’ roll

André e Mila Magalhães, o casal por trás da School of Rock
André e Mila Magalhães, o casal por trás da School of Rock -

Há um fato que une Elvis Presley, John Lennon, Jimmy Page, Raul Seixas, Mick Jagger, Pitty e qualquer criança ou adolescente que sonha ser um astro do rock n’ roll: houve um momento em que nenhum deles sabia tocar um instrumento musical e precisou aprender do zero.

No Dia Mundial do Rock, celebrado neste sábado, 13, o Portal A TARDE conversou com as pessoas que municiam os futuros rockstars com conhecimento musical. Em Salvador, há diversos professores e escolas de música com os pés no rock, que vão lapidar os talentos locais e, quem sabe, formar o próximo ídolo rocker a sair da cidade.

Na capital baiana, há escolas de música com DNA rockeiro mas que também transitam por outros estilos, há escola que só trabalha com rock, além de diversos professores particulares prontos para conduzir os alunos pelos caminhos acidentados do rock n’ roll. Por trás das histórias de cada um desses profissionais, há uma trajetória de profundo amor e dedicação à música e ao rock n’ roll, além da vocação pelo ensino.

Fábio Maka, fundador da academia de música que leva seu nome
Fábio Maka, fundador da academia de música que leva seu nome | Foto: Uendel Galter/Ag. A Tarde

Vivo para isso, minha vida é isso. Eu nunca quis ser outra coisa na minha vida, só queria ser isso e ainda quero, porque estou no meio do caminho e ainda tenho muita coisa para conquistar e fazer

Fábio Maka

Adepto do hard rock - a ponto de batizar a filha de Eduarda, em homenagem ao seu maior ídolo, o guitarrista Edward Van Halen -, Maka conta que os desafios são muitos para quem quer empreender no mundo da música, especialmente do rock n’ roll, em Salvador. Por isso, ele diz que os admiradores de todos os estilos também são bem vindos em sua escola.

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“Eu estou com dois pés dentro do rock, eu só não levanto a bandeira, digamos assim. Por exemplo, se eu coloco que é uma escola de rock, de certa forma, vai acabar excluindo parte do público que eu tenho aqui, que é o pessoal da MPB, o pessoal do gospel, o pessoal que gosta de estilos diversos. Mas quem chega aqui, vai olhar para mim, vai perceber pelo cenário, pela decoração da escola, pela minha estética, que eu sou músico de rock”, explica.

Maka conta que, em suas aulas, ele vai além da técnica e oferece ao aluno também o que só quem tem estrada no rock n’ roll conhece.

O guitarrista conta que, em suas aulas, além da técnica, ele disponibiliza ao aluno as informações que só a estrada no rock pode ensinar
O guitarrista conta que, em suas aulas, além da técnica, ele disponibiliza ao aluno as informações que só a estrada no rock pode ensinar | Foto: Uendel Galter/Ag. A Tarde

“Eu entendi que o meu papel como professor de rock era furar a bolha, eu quis dar um passo a mais: ‘Eu vou ser professor, só que eu vou ensinar da maneira correta’ - tem a forma didática e tem aquilo que não está no livro, que é só a vivência mesmo de um músico de rock, que você vai passar para o aluno”, disse o guitarrista que conta que, em 11 anos de escola, mais de mil alunos passaram por ele.

Há 28 anos formando músicos em Salvador, o guitarrista Ricardo Primata, fundador da Escola de Música Ricardo Primata, no Rio Vermelho, também é referência quando se trata de rock. Ele conta que, no início da carreira, quando ele tinha 16 anos de idade, os alunos o procuravam para aprender guitarra rock, no entanto, com a escola, outros estilos foram chegando.

“Hoje a gente tem violino, cujo peso é muito grande na música clássica, já é outra coisa. Então, acabou que a escola ficou muito rica, muito versátil, tanto que aqui tem alunos que vêm para coisas específicas. Tem muita gente da igreja, da música gospel, tem bastante gente. Muita coisa da igreja, jazz, blues, a música brasileira também. Pessoas que tocam cavaquinho, e o cara que estuda cavaquinho ouve samba, pagode”, destaca.

Ricardo Primata já ensina há 28 anos
Ricardo Primata já ensina há 28 anos | Foto: Gabriel Gonçalves | Ag. A TARDE

Primata ressalta, no entanto, que nas atividades em grupo da escola, todo mundo se entende.

A gente junta a galera, junta o guitarrista com a distorção, e vem o cara do cavaquinho, e aí toca uma música pop. E o que acontece? O cara no cavaquinho faz o swing dele, meio na praia do samba, o cara da guitarra liga a distorção, faz um solo, e a coisa acontece

Ricardo Primata

Para Primata, porém, apesar da fama “anti-rock”, Salvador possui um público ávido por aprender a tocar rock n’ roll. Ele revela que já precisou negar matrícula por falta de horários disponíveis e, atualmente, está ampliando a escola para conseguir atender à demanda de alunos.

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“Muitas vezes eu não consigo abraçar o aluno que quer entrar, porque não tem um horário para ele, quando ele tem algum tipo de limitação de tempo. Por isso que eu tô montando mais salas, para poder atender mais”, conta.

Para ele, no entanto, todo o trabalho e luta diária são compensados no momento em que percebem a evolução de um aluno, ou quando um aluno faz um show ou grava uma música.

Professor conta que sente muito orgulho quando consegue ver seus alunos evoluindo e ganhando os palcos
Professor conta que sente muito orgulho quando consegue ver seus alunos evoluindo e ganhando os palcos | Foto: Gabriel Gonçalves | Ag. A TARDE

“Eu vou mordendo a língua, como se diz, para não chorar muitas vezes. Às vezes eu vejo uma pessoa que está começando, na primeira apresentação dele, ou numa prática em conjunto, ou em uma dinâmica que a gente faz. Um tempo depois, eu vejo esse cara tocando e percebo o quanto ele desenvolveu. Você ver essa evolução é muito legal”, fala Primata.

Diferente de Maka e Primata, há uma escola de música em Salvador que faz questão de deixar claro que, para ela, só interessa quem quer aprender rock n’ roll. A School of Rock, fundada em 1998, nos Estados Unidos, foi a inspiração para o filme de mesmo nome, lançado em 2003, que trouxe o ator Jack Black como um músico de rock falido que encontra sua redenção como professor de rock em uma escola conservadora.

Segundo André Magalhães, um dos responsáveis pela School of Rock em Salvador, no bairro da Pituba, a escola busca mais do que apenas ensinar os instrumentos musicais.

“A School of Rock é uma escola diferente. Ela é uma escola de palco, de performance, de show. A gente não parte da sala de aula individual para o estúdio. É do estúdio para a aula individual. Então tudo começa no estúdio”, explica ele, que comanda a escola junto com sua esposa, Mila Magalhães.

André e Mila Magalhães, o casal por trás da School of Rock
André e Mila Magalhães, o casal por trás da School of Rock | Foto: (Foto: Uendel Galter/ Ag A TARDE)

André conta que, na School of Rock, o foco é na performance em cima do palco.

Esse universo de estúdio, de ensinar palco, de ensinar performance, leva o aluno da gente para programas dentro da escola. Tem um programa chamado ‘house band’ e ‘master band’, que são as bandas da casa, são bandas que acompanham a gente em shows, viajam, fazem excursões

André Magalhães

Para isso, a escola reuniu um time de professores formado por figuras carimbadas do rock soteropolitano da velha e nova geração.

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“Então há uma sinergia muito grande em torno do encontro dessas pessoas todas com os alunos. E essa engrenagem do encontro, do se encontrar, melhorar a socialização, desinibição, a autoestima, a parte da saúde mental. De sairmos das telas e se ver mesmo, se encontrar para tocar”, fala André.

Aulas na School of Rock são focadas na performace em palco
Aulas na School of Rock são focadas na performace em palco | Foto: Uendel Galter/Ag. A Tarde

Além das escolas onde as pessoas podem aprender a tocar rock n’ roll, existem centenas de professores particulares oferecendo o mesmo serviço em Salvador. Um deles pertence à monarquia do rock n’ roll baiano: Luiz Müllem, de 22 anos, é filho do guitarrista Gustavo Müllem, falecido no último mês de maio, um dos integrantes da fase clássica da icônica Camisa de Vênus.

Luizinho, como é conhecido, é baterista e começou a dar aula este ano. Ele conta que nunca tinha pensado em ser professor, mas que a demanda veio até ele.

“Estava tocando com a banda a Máquinas na Pista, e várias pessoas do público sempre perguntavam se eu dava aula. Antigamente eu tinha medo de ensinar. Pensava: ‘O que é que vou ensinar?’. Não tinha prática. Mas aí botei esse medo no bolso e resolvi encarar. Sempre conheci professores de música e fui pegando as dicas”, diz.

Ele revela que, passado o nervosismo do início, ele agora se sente realizado dando aula de bateria. Luizinho destaca ainda que ensinar também é uma forma de se manter ainda mais afiado no instrumento.

“Estou curtindo muito. Pretendo continuar, com certeza. É ensinando que se aprende. Inclusive faz você estudar coisas que não via há muito tempo”, afirma.

Luiz Müllem começou recentemente a dar aula de bateria
Luiz Müllem começou recentemente a dar aula de bateria | Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

Luizinho destaca que suas aulas são rock n’ roll puro e que ele desafia os alunos a correrem atrás dos resultados.

A maioria das pessoas que querem tocar bateria decide tocar por causa de bateristas de rock. Outro dia, botei um aluno pra tirar a música ‘Rock n’ Roll’, do Led Zeppelin. Ele está se batendo todo, mas está saindo. Tá cheio de calo na mão, mas assim que é bom

Luiz Müllem

Sejam nas escolas ou como professores particulares, com ou sem experiência, as pessoas que ensinam rock n‘ roll em Salvador concordam que o que fazem é uma missão de vida. Viver de ensinar rock, a arte que eles amam, não foi uma escolha, mas uma vocação.

“Eddie Van Halen até o fim, que é o cara que está aqui na parede”, exclama Fábio Maka. “Eu não seria feliz sendo nada diferente. Sendo jogador de futebol, sendo o melhor cirurgião, nada. Eu vou morrer fazendo isso aí. Eu nasci para ser isso. Então, é até uma coisa meio romântica quando eu falo isso: eu não escolhi a guitarra. A guitarra me escolheu. Eu não sou um cara famoso, mas sou um cara bem sucedido, porque eu vivo do que eu amo. Então, para mim, viver da guitarra, da música, isso para mim é sucesso. Eu sou feliz assim”, afirma.

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