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A TARDE ESG

Projeto Cacau+

Região cacaueira da Bahia foi batizada como “Floresta de Chocolate”

Por Eduardo Athayde*

15/04/2025 - 11:40 h | Atualizada em 15/04/2025 - 12:00
'Floresta de Chocolate' na Bahia
'Floresta de Chocolate' na Bahia -

Quando o WWI, na virada do milênio, publicou internacionalmente estudo sobre a Mata Atlântica da região cacaueira da Bahia, batizando-a de “Floresta de Chocolate”, única no mundo, onde a matéria-prima do chocolate é produzida com recorde de biodiversidade no planeta, registrado pelo Jardim Botânico de Nova York, a prefeitura nova-iorquina iniciava o levantamento de cada uma das suas 683.113 árvores.

Hoje, os cidadãos de Nova York conhecem o valor econômico individual das suas árvores, sabem que cada uma reduz a temperatura sob sua copa em cinco graus centígrados, joga no ar 150 mil litros de água por ano e produzem serviços anuais avaliados em US$ 111 bilhões; um padrão que está sendo seguido por várias cidades do mundo que plantam florestas urbanas visando a melhoria do ar, do clima local e da qualidade de vida dos seus cidadãos.

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Com a força das redes sociais, os potenciais de pagamentos por serviços ambientais propiciados pela biodiversa Mata Atlântica, antes pouco percebidos, vem recebendo influência direta dessas inovações, a exemplo do acordo assinado pelo Instituto Arapyaú e a Suzano para expandir o Projeto Cacau+, fortalecendo a cacauicultura no extremo sul da Bahia, com um aporte de R$ 2,1 milhões, beneficiando 360 famílias, com impacto direto em mais de mil pessoas.

"Essa iniciativa reforça a importância de parcerias estratégicas para promover modelos produtivos sustentáveis e de baixo carbono, essenciais para o reposicionamento do Brasil no cenário global", afirmam Giordano Automare, gerente executivo de Desenvolvimento Social da Suzano, e Ricardo Gomes, gerente de Desenvolvimento Territorial do Sul da Bahia do Instituto Arapyaú. A inteligência nova de acordos como este embute uma forma inovadora de atuar no cacau e, especialmente, na preservação como um ativo a ser valorado, precificado e monetizado neste ambiente onde, além do carbono, os créditos da biodiversidade devem ser observados.

O mundo parece ter ficado pequeno e a biodiversa Mata Atlântica, antes pouco percebida, vem recebendo influência dessas inovações. O Centro de Inovação do Cacau (CIC), sediado na Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), em Ilhéus, é a parte concreta do projeto do Parque Científico e Tecnológico do Sul da Bahia, idealizado conjuntamente pela Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), CEPLAC, UESC, ARAPYAÚ, WWI e outras instituições.

Focando a cadeia produtiva do cacau e a economia florestal, o CIC, formado por acadêmicos e empresários, analisa as propriedades físico-químicas do cacau e do chocolate, a qualidade de sementes e mudas das biofábricas de essências da Mata Atlântica, fomentando a indústria do reflorestamento que, cobiçada por investidores, floresce impulsionada pelo robusto mercado financeiro internacional interessado em ativos florestais.

Na era da “eco-nomia”, ampliada pela inteligência artificial (IA) a preservação, além de uma imperiosa necessidade, passou a ser analisada também por parâmetros econométricos. Observando o senso de oportunidade, o CIC é um elo local desta inovadora rede global, posicionando-se, com linguagem nova, como uma espécie de “porta USB” de alta velocidade, com IA aberta a conexões de pesquisa, geração de conhecimento e econegócios.

A imaginação é mais importante que o conhecimento, afirmava Albert Einstein. Nesta linha, a Fazenda Camacan, localizada entre Itabuna e Buerarema, base das pesquisas do WWI no final do século passado, foi usada por pesquisadores parceiros do WWI, da floresta urbana de Nova York e do Smithsonian Institute como referência para um projeto piloto de fazenda do futuro, conectado com universidades e centros de pesquisas do mundo.

Os novos chocolateiros da Mata Atlântica, ex-cacauicultores, já descobriram que as matas das ‘Fazendas de Chocolate’ são uma nova grife cobiçada pelo mercado internacional e entendem que, na era da eco-economia, a preservação funciona como uma poupança renovável de ativos geradores de rendas ‘in natura’.

O Cacau+, integrado a iniciativas como a Plataforma Brasileira sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (bpbes.net.br), da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência/SBPC, tem a missão de produzir conhecimento científico e saberes tradicionais sobre biodiversidade e serviços ecossistêmicos - onde o cacau se inclui. Com a quebra de fronteiras e os espaços abertos pelas redes sociais, a região cacaueira, imaginada como Floresta de Chocolate, vive um momento de mudanças intensas observadas na metáfora da crisálida, quando a lagarta não mais existe, e a borboleta ainda não nasceu.

*Eduardo Athayde é diretor do WWI no Brasil. [email protected]

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