“O Tempo e Os Conways” volta ao Teatro Martim Gonçalves

O Teatro Martim Gonçalves recebe, a partir do dia 14 de março, a segunda temporada do

espetáculo “O Tempo e os Conways”, obra do dramaturgo inglês J. B. Priestley, sob a

condução de Daniel Marques - a peça é produto de sua pré-formatura no curso de Direção

Teatral da UFBA. As sessões acontecem nos dias 14 e 15 de março (quinta e sexta-feira),

às 19h30, e 16 e 17 seguintes (sábado e domingo), às 16h e 19h30. A entrada é franca, e

os ingressos estarão disponíveis na bilheteria do teatro, uma hora antes de cada

apresentação.

A encenação é realista e a história é marcada por um golpe de tempo que atravessa duas

décadas entre as Grandes Guerras, na primeira metade do século XX. Em 1919, os

Conways são uma família inglesa abastada, liderada pela matriarca viúva, que vive um

momento de euforia, grandes expectativas e muitos planos para um futuro promissor com

as novas oportunidades trazidas pelo final da Primeira Guerra Mundial. É tempo de

comemoração pelo aniversário de 21 anos de Kay Conway, os filhos homens estão de volta

ao lar após servir ao Exército; a família se ergue novamente e se reconstroi.

No ato seguinte, estamos em 1938, e Kay celebra seus 40 anos sem o mesmo fulgor de

outrora. A família está em decadência, afundada em dívidas e sem saída ante a iminência

da eclosão da segunda grande guerra. O brilho se perdeu, e o dia que deveria ser de

comemoração é reservado agora para uma reunião familiar em que duras verdades vêm à

tona e na qual se revelam as condições de dificuldade financeira, a decadência das

relações matrimoniais e as frustrações dos sonhos.

O tempo é, portanto, um marcador das relações intersubjetivas e uma força metafísica que

corroi e age de forma implacável. Em uma escolha pessoal, o diretor Daniel Marques

questiona: seria diferente se vivêssemos em outro modelo político e econômico? O futuro

seria outro se não provocássemos guerras, se não buscássemos lucro, se não vivêssemos

em um sistema de exploração humana?

A encenação presta uma homenagem ao diretor, ator e professor Harildo Déda, falecido no

dia 19 de setembro do ano passado, responsável pela primeira montagem de “O tempo e os

Conways” em Salvador, em 2001.

Aos 23 anos, Daniel Marques coleciona em seu currículo as direções de outros três

espetáculos: “Pequenos Burgueses”, de Máximo Gorki, “Mãe Coragem”, de Bertolt Brecht, e

“O zoológico de vidro”, de Tennessee Williams, tendo esse último lhe rendido a indicação ao

Prêmio Braskem de Teatro em 2021, na categoria “Revelação”.

A direção de visualidade é de Lucas Oliveira e Elis Brito, a iluminação de Otávio Correia e a

direção de produção de Renata Benigno. No elenco estão Artur Carvalho, Cristiane

Cândido, Kaila Janaína, Lucas Oliveira, Mano Leone, Marina Torres, Nina Andrade, Núbya

Guimarães, Tarsila Carvalho e Thauan Peralva Vivas. O espetáculo tem orientação

acadêmica do professor Gil Vicente Tavares.

SERVIÇO

O Tempo e os Conways

Texto: J. B. Priestley

Direção: Daniel Marques

Onde: Teatro Martim Gonçalves (Av. Araújo Pinho, 292, Escola de Teatro da UFBA,

Salvador)

Quando: 14 e 15 de março, quinta e sexta-feira, às 19h30

16 e 17 de março, sábado e domingo, às 16h e 19h30

Entrada gratuita (Ingressos distribuídos na bilheteria do Teatro a partir de 1h antes de cada

sessão).

Classificação indicativa: Livre

Duração: 2h30.