LITERATURA
Filha de Jorge Amado lamenta desinteresse pela literatura: "Preferem celular"
Na Flipelô, Paloma Jorge Amado destaca a importância da leitura para as novas gerações
Por Laís Machado | Portal Massa!

Apesar de ter nascido na então Tchecoslováquia, Paloma Jorge Amado carrega profundamente o legado cultural e político dos pais, Jorge Amado e Zélia Gattai.
Durante sua participação na Flipelô, nesta sexta-feira, 9, a escritora relembrou com emoção a trajetória da mãe e dos avós maternos, Angelina Da Col e Ernesto Gattai, imigrantes italianos envolvidos com o movimento operário anarquista no Brasil.
“Eu acabei de dizer aqui que a minha maior herança foi manter vivo o nome deles. Não que eles não tenham trazido em si uma importância tão grande que não vão morrer nunca, mas eu tenho que estar sempre falando, relembrando”, contou com exclusividade ao portal Massa!.
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A escritora também reforçou a importância da leitura, sobretudo entre os mais jovens, e lamentou o desinteresse crescente pela literatura:
“Nós temos uma juventude que lê pouco, que prefere um celular, e a gente tem que dizer para eles, olha, livro é uma coisa importante, leiam, conheçam, e vão em frente”.
Papel das plataformas digitais
Aos 74 anos, Paloma destacou o papel das plataformas digitais, como o TikTok e o Instagram, na aproximação dos jovens com a literatura clássica brasileira, citando como exemplo os vídeos da americana Courtney Henning, que, mesmo com a barreira da tradução, se apaixonou por Capitães da Areia, de Jorge Amado.
“Alguém, um brasileiro, mandou para ela uma versão americana do Capitães da Areia, e ela foi formidável, fez uma coisa linda, maravilhosa", afirmou.
Você vê como é diferente uma pessoa que leu o livro e fala tão bem, de uma pessoa como uma certa vereadora do sul do Brasil, que não leu, chamou de Capitães de Areia, como se fossem esculturas feitas de areia e que quer proibir o livro”, disse.
Paloma também contou sobre um jovem criador de conteúdo no Instagram, cuja namorada propôs a ele o desafio de ler dez livros de cada década, incluindo obras nacionais e internacionais.
“Ele escolhe um favorito para comentar, e, na década de 1930, escolheu Capitães da Areia. Disse: ‘Onde é que eu estava que ainda não tinha lido esse livro? Todo mundo tem que ler, é maravilhoso!’ E os seguidores vão atrás, porque confiam na opinião dele. Isso é transformador”, finalizou.
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