TRATAMENTO
Bahia recebe doses de antídoto raro contra intoxicações por metanol
A aquisição é inédita no Brasil, realizada com a subsidiária de uma empresa japonesa

Por Leilane Teixeira

A Bahia recebeu 104 unidades do antídoto mil unidades do antídoto fomepizol para reforçar o estoque estratégico do SUS destinado ao tratamento de intoxicações por metanol, associadas ao consumo de bebidas adulteradas.
No total, o Ministério da Saúde recebeu 2,5 mil unidades, que foram enviadas para todos os estados e o Distrito Federal na quinta-feira, 9. Além disso, 1.000 ampolas permanecerão no estoque estratégico do Ministério.
A aquisição é inédita no Brasil, realizada com a subsidiária de uma empresa japonesa, e ocorreu apenas oito dias após o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, acionar o Fundo Estratégico da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). O medicamento é considerado raro devido à baixa produção mundial.
Novas remessas
As unidades federativas poderão solicitar o envio de novas remessas, de acordo com a necessidade apresentada e os registros de casos. O quantitativo de ampolas para cada estado foi definido considerando a população divulgada pelo último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), assegurando a oferta equânime à população e a resposta eficaz às emergências toxicológicas.
“Já temos no Brasil o etanol disponibilizado em todas as unidades da federação. As compras foram realizadas pelo Ministério da Saúde em parceria com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), e os hospitais de clínicas já contam com esse insumo. O que estamos oferecendo agora é uma segunda opção, o fomepizol, adquirido via Opas com apoio da Anvisa: são 2.500 ampolas que já estão sendo entregues", explicou a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente da pasta, Mariângela Simão.
O objetivo, segundo ela, é que todos os estados do país tenham à disposição tanto o etanol quanto o fomepizol.
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Eficácia e segurança do tratamento
O fomepizol é mais uma alternativa ao tratamento já realizado por meio do etanol farmacêutico:
- é utilizado em casos de intoxicação por metanol;
- com alta eficácia e segurança;
- o medicamento impede que o metanol se metabolize em ácido fórmico;
- evitando acidose metabólica.
Devido à baixa demanda e ao elevado custo no mercado, sua produção e oferta são limitadas mundialmente. Para identificar potenciais fornecedores para a oferta ao SUS, o Ministério da Saúde encaminhou ofícios às empresas internacionais que fabricam o medicamento. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também publicou chamada pública para identificar fornecedores internacionais do medicamento.
Com relação ao etanol farmacêutico, a pasta receberá nos próximos dias a doação da empresa brasileira Cristália Produtos Químicos e Farmacêuticos de mais 3,8 mil ampolas do remédio para garantir o tratamento emergencial de pacientes intoxicados. Esses exemplares se somarão aos 4,3 mil entregues aos estoques do SUS pelos hospitais universitários federais, em parceria com a Ebserh.
Atualização de casos
Até o dia 13 de outubro, o Brasil registra 213 notificações de intoxicação por metanol após o consumo de bebidas alcoólicas. Dessas, 32 casos foram confirmados e 181 permanecem em investigação. A Bahia não possui, no momento, casos confirmados ou suspeitos de intoxicação.
Em relação aos óbitos, São Paulo é o único estado que registra mortes até o momento com 5 ocorrências. Outros 9 casos seguem em investigação.
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