Inquérito confirma que vítima tentou roubar agressores antes de morrer

O quarteto que espancou até a morte Willys Santos da Conceição, no Corredor da Vitória, foi indiciado pela Polícia Civil pouco mais de uma semana da ocorrência. Em defesa, o advogado deles afirmou que os homens estavam se defendendo de uma tentativa de assalto, versão confirmada pela delegada Zaira Pimentel, em coletiva nesta sexta-feira, 5.

"Por conta da análise do circuito de câmera de segurança, dá para ver a conduta, inclusive, da vítima. Neste contexto fático, o Willys é uma vítima, porém, a gente não pode deixar de considerar que ele teve uma atuação ali. Ele tentou, de fato, roubar os quatro autores do delito. Ele chegou a puxar a corrente de um deles", explicou a titular da 1ª Delegacia de Homicídios/Atlântico.

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Os quatro indivíduos espancaram o sujeito até a morte e foram presos pelas autoridades. De acordo com a delegada, Willys tem "apontamentos criminais relevantes", mas isso não justifica os agressores terem 'passado do ponto'

"E outro ponto que deve ser ressaltado, neste inquérito ele é vítima, porém, ele tem apontamentos criminais relevantes, inclusive de homicídio, roubo e outros. Mas não justifica de forma nenhuma. É por isso que a gente está aqui dizendo que, neste contexto fático, ele é a vítima", iniciou ela.

"Ele concorreu para esse crime, para ele se tornar uma vítima, a partir do momento que ele tentou subtrair, roubar a corrente de um dos envolvidos no delito. No entanto, houve um excesso na defesa dos quatro envolvidos. É tanto que, por isso, a Polícia Civil indicia essas pessoas por lesão corporal seguida de morte. Eles lesionaram, sim, a vítima, mas acabaram por matar", declarou.

As duas partes entraram em luta corporal, e Willys Santos sofreu um traumatismo craniano, não resistindo aos ferimentos, segundo os laudos de investigação. "Obviamente, a gente não tem todos os laudos, porque não deu tempo para checar todos os laudos, mas temos um laudo que aponta que a causa morte foi o traumatismo craniano", disse.

O inquérito já foi encaminhado desde o primeiro dia deste mês e as autoridades possuem um prazo de 10 dias para concluir. A delegada aponta que os acusados seguirão presos até a deliberação judicial.