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Maioria das paradas do VLT de Salvador não terá catracas de cobrança

Empresa que vai gerir o sistema deverá fiscalizar o pagamento dos usuários

Publicado quinta-feira, 28 de dezembro de 2023 às 15:21 h | Atualizado em 28/12/2023, 15:48 | Autor: Lula Bonfim
Imagem do anteprojeto oficial do VLT de Salvador, no trecho da orla de Piatã
Imagem do anteprojeto oficial do VLT de Salvador, no trecho da orla de Piatã -

A chegada do modal VLT (veículo leve sobre trilhos) em Salvador vai trazer uma novidade para o transporte público da cidade. Um total de 29 das 35 paradas do sistema não terá catracas para a cobrança de tarifa. Os passageiros terão independência para adentrar ao vagão e aproximar seu cartão de passagem em uma máquina validadora.

O modelo de cobrança é comum nos chamados “trams” da Europa, semelhante ao VLT, onde os usuários fazem o pagamento utilizando um cartão de passagem. Em Paris, na França, a máquina de cobrança de passagem fica dentro dos vagões. Em outros locais, a tarifa é paga do lado de fora dos trens.

Conforme apuração do portal A TARDE, a tendência é que, na Bahia, as máquinas validadoras sejam instaladas dentro dos vagões do VLT, onde os passageiros voluntariamente poderão aproximar seus cartões ou mesmo celulares, para realizar o pagamento da tarifa.

A empresa que vai gerir o sistema é quem deverá ficar responsável pela fiscalização, observando quem pagou ou não a passagem. O mesmo já ocorre nos mesmo modais instalados nas cidades de Santos, no litoral paulista, e do Rio de Janeiro. No caso do VLT Carioca, quem for flagrado dentro de um dos vagões sem ter pago a tarifa pode ser obrigado a pagar uma multa de R$ 170 ou de R$ 255, em caso de reincidência.

No sistema que deve ser 100% instalado em Salvador até agosto de 2028, ainda não há preço de tarifa ou multa, mas o Edital já prevê a existência de 29 paradas sem “bloqueio tarifário”, expressão que o texto usa para as catracas.

Apenas as paradas nas localidades da Calçada, Periperi, Paripe, Ilha de São João, Águas Claras e Bairro da Paz terão os referidos bloqueios tarifários, com justificativa clara da Companhia de Transportes do Estado da Bahia (CTB) no texto do Edital e seus anexos.

“Para este anteprojeto, prevê-se que algumas paradas apresentarão sistema de bloqueio para cobrança de tarifa e controle de passageiros, devido à densidade populacional das respectivas regiões em que as paradas serão alocadas, o que implicará em maior volume de demanda”, diz o texto editalício, sobre as paradas do Subúrbio.

No caso dos bloqueios tarifários de Águas Claras e do Bairro da Paz, o Edital aponta ainda outro motivo: a integração com outros modais de transporte, como o sistema metroviário de Salvador e Lauro de Freitas (SMSL) e os ônibus, sejam eles municipais ou metropolitanos.

“Outro fato determinante para a escolha se dá pelo fato de que a respectiva parada é pontos de interface com o SMSL e terminal de embarque e desembarque de passageiros”, justifica um trecho dos anexos.

O novo modelo de cobrança tarifária, sem bloqueios, gera preocupações. Em junho, a concessionária do VLT do Rio de Janeiro estimou em 14% o percentual de passageiros que não pagam pelo serviço, de um total de aproximadamente 80 mil cariocas que utilizam o sistema diariamente.

Questionada pelo portal A TARDE, a CTB confirmou a ideia de manter a maior parte do modal sem catracas, mas disse que ainda não trabalha com uma probabilidade de inadimplência em seus estudos. “Isso já é operação, é muito mais para frente essa questão. Agora, é obra”, respondeu a assessoria.

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