Mulher ferida em chacina em Portão tem alta médica

Três mortos e um ferido foi o saldo deixado por um grupo de homens armados que aterrorizou os moradores de Portão, no município de Lauro de Freitas (Grande Salvador), entre 20h e 21h de domingo. Odêvania, que ficou ferida na ação, teve alta médica na manhã desta segunda-feira, 10.

O alvo do ataque era o jovem Natan Lima da Silva, de 20 anos, morto com vários tiros numa praça da Rua Cristóvão Pires. No meio do tiroteio, a estudante Tainara Conceição dos Santos, de 14 anos, e sua vizinha, Jandira dos Santos, 43, acabaram atingidas e também morreram.

De acordo com o titular da 34ª Delegacia Territorial (34ª DT Portão), Cláudio Meirelles, Natan estaria envolvido com o comércio de drogas na localidade do Pé Preto, motivo pelo qual foi perseguido e morto por rivais da Fonte das Pedras, ambas comunidades carentes de Portão. “Atiraram a esmo e mataram gente inocente. Isso é inadmissível”, bradou Meirelles, na manhã de hoje. Segundo o delegado, a polícia já está no encalço dos atiradores. “Vamos dar uma resposta”, assegurou.

Segundo moradores locais, dois carros fecharam o cerco em volta da Vila Nova, em busca de Natan, que comia cachorro-quente à porta de uma residência, onde foi alvejado e tombou. “Foram, pelo menos, 40 minutos de terror. Ordenaram para ninguém correr, que ia morrer todo mundo”, contou uma jovem que não quis se identificar. Segundo ela, os atiradores portavam pistolas, metralhadoras, uma escopeta calibre 12 e vestiam coletes balísticos. “Um deles deixou cair uma algema”, detalhou.

A auxiliar de serviços gerais Rosemeire Souza, de 29 anos, tia de Tainara, lembrou que a sobrinha voltava da praça principal de Portão, onde vendia acarajé em companhia da avó, quando foi surpreendida pelo ataque. “Ela chegou a correr para a casa de uma conhecida, mas, não deu tempo de se proteger”, lamentava, aos prantos. Ao receber a notícia de que Tainara fora atingida, a mãe dela, Odêvania, correu atrás da filha e levou um tiro na perna esquerda.

De acordo com os vizinhos das vítimas, Tainara e Jandira foram socorridas por equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levadas para o Hospital Menandro de Farias, na Estrada do Coco, mas não resistiram e morreram. Odevânia foi para a mesma unidade hospitalar, onde foi medicada, recebendo alta esta manhã. “Eu vi minha filha morrendo na minha frente”, desabafou.