Sequestrador de Águas Claras também era matador de facção, diz polícia

Tarcísio Farias de Almeida Ferreira, 28 anos, que fez uma família de refém na manhã desta segunda-feira, 15, no bairro de Águas Claras, em Salvador, é um dos matadores de um grupo criminoso que atua na região, informou a delegada da Polícia Civil, Andreia Ribeiro, em entrevista.

O homem foi preso nesta segunda após o cumprimento de um mandado de prisão por feminicídio. Ao fugir dos policiais, ele invadiu a casa de uma família, fazendo de refém quatro pessoas, sendo elas dois adultos e duas crianças. Ele é acusado de matar a ex-companheira em abril de 2021.

"O mandado foi cumprido por feminicídio, mas ele também era investigado por outros crimes, que ocorreram na região de Águas Claras e Cajazeiras. A informação que nós temos é de que ele seria um dos matadores de grupos criminosos que atuam na área. É um indivíduo de grande periculosidade", disse a delegada.

De acordo com apuração do Portal A TARDE, as pessoas feitas de reféns por Tarcísio são inquilinos do imóvel onde ele começou a morar há pouco tempo. O acusado estava em uma festa nas proximidades, quando os agentes chegaram para cumprir o mandado e ele entrou no imóvel, dando início a toda a situação.

"Nós sabemos que ele vem sendo apontado como autor de homicídios, em números da Polícia Civil, de inquéritos, temos o feminicídio ocorrido em abril de 2021 e outros quatro homicídios investigados pela 2ª Delegacia de Homicídios aqui na capital. Ele também é investigado pela participação no crime de tráfico de drogas", explicou a delegada.

Dentro do imóvel em que Tarcísio mantinha os reféns, também estava presente uma mulher, apontada como sua namorada. Assim como o acusado, ela também foi conduzida pela polícia até a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Apesar disso, a sua real participação ainda não foi esclarecida.

"Nós ainda não temos sobre a real participação dela com a criminalidade, se ela está envolvida, se a relação dela é de cunho emocional. Isso vai ter que ser delineado no curso da investigação", disse Andreia Ribeiro.

De acordo com apuração da reportagem do Portal A TARDE, que esteve no local do crime, Tarcísio também é investigado de participação em mais de 20 homicídios e seria responsável por puxar bondes para executar rivais.

Tarcísio é apontado como o assassino de Mayara Soares dos Santos, morta em abril de 2021, aos 23 anos. Ela foi morta a tiros na Rua Vietnã, também no bairro de Águas Claras. A vítima tinha uma filha de 1 ano e cinco meses.

O suspeito fugiu logo a após o crime. Segundo familiares da vítima, ela sofria ameaças dele, com quem morava. No dia seguinte, familiares da jovem realizaram um protesto no bairro para pedir justiça.

No dia seguinte, familiares da jovem realizaram um protesto no bairro para pedir justiça. O caso foi investigado pela 2ª Delegacia de Homicídios (2ª DH/Central).