BAHIA
Carta de Salvador propõe diretrizes para uma transição energética justa
Elaborada por movimentos sociais e sindicatos, a Carta de Salvador cobra participação popular na implantação de projetos energéti
Por Redação

A “Carta de Salvador”, divulgada nesta quinta-feira, 24, é uma propostas construídas por organizações da sociedade civil e entidades sindicais após o seminário “A Transição Energética no Brasil: Caminhos Possíveis e Participação Social”, realizado na capital baiana. O documento, que busca orientar os rumos da transição energética no país, contou com a participação ativa do coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar.
Integrante do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (CDESS) – o “Conselhão” do governo federal –, Bacelar defende que a implantação de projetos energéticos deve passar por um diálogo amplo com comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhas e lideranças locais de todos os municípios brasileiros. Para ele, é essencial priorizar a soberania alimentar e a justiça social: “porque isso ainda é a principal prioridade, já que nenhuma transição energética será justa se não houver comida, justiça social e reparação histórica. Para haver sustentabilidade, a segurança alimentar e a segurança energética precisam caminhar juntas”, destacou.
De acordo com o documento, a crise climática e ecológica impulsionam o debate público sobre a necessidade de promoção da descarbonização da matriz energética mundial e avanço em direção a uma economia de baixo carbono. Bacelar elogiou uma série de iniciativas que estão em andamento na Petrobras, como por exemplo o programa Autonomia e Renda, cujo foco é a qualificação profissional de pessoas em situação de vulnerabilidade social e moradoras no entorno das regiões onde a empresa realiza suas atividades. “Esse programa está possibilitando emprego e renda principalmente a mulheres, povos indígenas, ribeirinhos, comunidades tradicionais e quilombolas”, afirmou Bacelar.
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A Petrobras, disse Deyvid, está presente com 50 projetos em todas as regiões e biomas do país, em uma rede de fortalecimento de práticas sustentáveis. Ele cita o projeto Fogão no Mar, onde a empresa apoiou a criação do “fogão ecoeficiente”, que melhorou a qualidade de vida e do meio ambiente para 5,3 mil famílias de pescadores e marisqueiros de comunidades quilombolas no Recôncavo Baiano. O modelo utiliza uma base de metal recoberta por tijolos refratários, que aumenta o isolamento térmico e melhora a transferência de calor para os alimentos. O projeto reduziu em mais de 70% o uso de lenha seca e diminuiu a emissão dos gases de efeito estufa, além de evitar problemas de saúde oriundos da fumaça, como inflamação nos olhos, tosse e até enfisema pulmonar.
Deyvid destacou também que a exploração da Margem Equatorial será importante para garantir a transição energética justa nos estados da região Norte e Nordeste. Para ele, o potencial da exploração de óleo e gás e da geração das energias renováveis em ambas as regiões será um canal de crescimento econômico, inclusão social, proteção ambiental, interação regional, atração de investimentos, geração de emprego e renda e melhoria de infraestrutura. “A Petrobras está promovendo uma transformação em suas operações buscando zerar as emissões de GEE (Gases de Efeito Estufa) em suas nossas atividades. Mas assim como a Petrobras, é fundamental que outras empresas saibam conciliar a transição energética justa com a exploração responsável de óleo e gás no país. Os campos de petróleo do pré-sal, por exemplo, têm uma das menores intensidades de emissão operacionais do mundo”, explicou Bacelar.
Até 2030, a Petrobras pretende reduzir em 30% as emissões de carbono em comparação com 2015. A empresa informa também que está produzindo uma nova geração de combustíveis que serão mais modernos e sustentáveis, como o diesel com conteúdo renovável (Diesel R) e o bioquerosene de aviação (BIOQAV), dois combustíveis que podem ser produzidos a partir da mistura de petróleo com óleo vegetal.
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