BAHIA
Comunidade responsabiliza obra de eólica por morte de criança na Bahia
Moradores relatam rachaduras nas casas causadas pela passagem de veículos pesados
Por Redação

Moradores da comunidade de Lagoa de Bastos, em Piatã, na Bahia, responsabilizam a instalação de um parque eólico pela morte de uma criança de 13 anos e por danos estruturais em residências locais. O empreendimento é operado pela empresa Pan American Energy (PAE). A informação é do jornal Folha de São Paulo.
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O acidente ocorreu em abril de 2024, quando uma vala de drenagem aberta durante a construção da estrada do parque acumulou água da chuva. Durante uma brincadeira, a estrutura cedeu e soterrou dois meninos. Um deles, Paulo Gustavo, morreu no local. A comunidade alega que a vala foi criada pela empresa.
A vala, segundo Delci Moreira, pai do garoto, foi escavada durante a construção da estrada em 2023, planejada para a passagem dos equipamentos das turbinas eólicas. Apesar da resistência da comunidade, a empresa prometeu que fecharia a via após as obras, mas não cumpriu a promessa.

Além do acidente, moradores relatam rachaduras em casas causadas pela passagem de veículos pesados e explosões controladas para instalação das turbinas. Também reclamam de poeira, lama e falta de água encanada.
Em nota enviada ao Folha, a PAE afirma que lamenta o ocorrido, mas nega responsabilidade pelo acidente. Segundo a empresa, houve contato com a família por meio de uma empresa contratada. Sobre os impactos nas moradias, a PAE afirma cumprir exigências legais e realizar monitoramento ambiental, mas não comentou diretamente as denúncias de rachaduras e falta de indenização.
O parque integra um investimento de R$ 3 bilhões em energia renovável na região da Chapada Diamantina, abrangendo seis municípios, incluindo Piatã.
Relembre o caso
No dia 17 de abril, o adolescente Paulo Gustavo Carvalho dos Santos, de 13 anos, morreu soterrado enquanto brincava na zona rural de Piatã, na Chapada Diamantina (BA). Ele cavava um buraco com amigos em um barranco formado por um desvio feito por uma empresa de energia eólica para conter enxurradas.
A estrutura cedeu, e Paulo foi totalmente soterrado. Um dos colegas ficou preso até a cintura e gritou por socorro. Quando moradores conseguiram desenterrar Paulo, ele já estava sem vida.
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