BAHIA
'Esse crime é uma afronta às instituições', avalia Olívia Santana
Deputada lamenta morte de Mãe Bernadete e pede investigação célere
Por Fernando Valverde e Gabriela Araújo
Presente no velório de Mãe Bernadete, a líder do quilombo Pitanga dos Palmares que foi morta na noite desta quinta-feira, 17, dentro do espaço, a deputada estadual Olívia Santana (PCdoB) pediu seriedade nas investigações e que as mesmas sejam céleres para elucidar a morte da líder espiritual.
A deputada afirmou que as instituições estão em xeque e criticou o fato de Mãe Bernadete ter denunciado ameaças para a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, e ter sido morta menos de um mês após o fato.
"Nesse momento nós queremos que a justiça se faça. Esse assassinato é uma afronta à todas as instituições. Como é que ela falou com a ministra do Supremo Rosa Weber no dia 26 de julho e menos de um mês depois ela foi morta com tantos tiros? As instituições estão postas em xeque e precisam responder à altura", afirmou.
"Com a morte de Binho, filho de mãe Bernadete, que até hoje está sem solução e com a morte dela, o que mais é preciso acontecer para que o aparato de justiça descubra os responsáveis e puna?", questiona.
Federalização
A parlamentar afirmou ainda que já pediu pela federalização do caso e que solicitou que entidades ligadas às questões agrárias e à demarcação de terras quilombolas estejam atentas ao caso, que pode ter alguma ligação com uma disputa por terras já que o Quilombo Pitanga dos Palmares ainda não foi titulado.
"Nosso mandato já encaminhou ofício para o Ministério de Desenvolvimento Agrário e o Incra precisa titular essa terra, que já foi demarcada. O governo passado não fez nenhum movimento para garantir essa titulação, mas agora no governo Lula nós precisamos dessa garantia e investigar todos esses crimes que tem acontecido. Isso não pode ficar impune e virar estatística", aponta.
"É desesperador você saber que ela tinha medida protetiva, estava sob proteção e esses criminosos a executaram dentro do lar. É uma situação que abala todas as nossas estruturas e não podemos nos calar diante dessa situação de barbárie. Sou uma defensora da reforma agrária e esse chão não pode continuar ensanguentado com o sangue do povo preto. que luta por um mínimo de dignidade".
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